quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Comboio histórico do Douro - O regresso a Contumil

Depois de cumprir a sua missão por terras durienses, a composição do comboio histórico regressou esta semana a Contumil.
Sendo a 0186 a única locomotiva a vapor que se encontra funcional, é estranho (ou talvez não) que não seja utilizada em outros passeios, aproveitando as potencialidades turísticas de linhas como a Beira-Baixa, entre Belver e Rodão, ou a Linha de Cascais.

foto de João Morgado



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa (1º centenário - encontro evocativo)

Vai realizar-se no próximo dia 03 de Novembro em Penafiel, um encontro evocativo do 1º centenário do Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa. O encontro terá lugar no auditório do Museu Municipal e tem entrada gratuita (sujeita a inscrição prévia).





quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A locomotiva 0187 no Pinhal Novo em 8 de Junho de 1997

As imagens que se seguem ilustram a chegada da locomotiva a vapor 0187 à estação do Pinhal Novo. Pelo que pude apurar, esta visita ocorreu em 08 de Junho de 1997, a propósito das "Festas Populares".







autor: Carlos De Vasconcelos Tavares @ facebook

 
autor: João Marques



autor: Nelson Ribeiro

Esta locomotiva faz parte de uma séries de 10 locomotivas a vapor, construídas em 1924 pela Henschel & Söhn. Destas, restam apenas as 0186, que realiza o histórico do Douro e esta locomotiva - 0187, que está nas oficinas de Contumil.

Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Greve dos Maquinistas - o "fundo de greve"

Greve dos ferroviários. Descarrilamento de comboio à saída do túnel de Xabregas, Lisboa, 1914.
Foto atribuída a Joshua Benoliel, in colecção Ferreira da Cunha oferecida pela Sojornal, Sociedade Jornalística e Editorial, S.A., ao Arquivo Fotográfico da C.M.L.



Ainda a propósito do conteúdo recebido por e-mail e que foi aqui publicado num artigo denominado "Estado d'Alma IV", tive oportunidade de ler mais alguma coisa sobre toda a envolvência das greves dos maquinistas da CP (e não só).

Fiquei a saber que em 1980 foi criado um "fundo de greve" que tem como objectivo remunerar os maquinistas nos "dias de protesto". Na prática, isto significa que um  trabalhador em greve, não sofre qualquer penalização salarial, visto que o dia é pago por este fundo (leia-se pelo sindicato).

Transcrevo aqui, algumas artigos publicados na imprensa escrita, sobre este assunto.

"Greve geral: maquinistas da CP são os únicos que não perdem salário

Os maquinistas da CP são os únicos trabalhadores em Portugal que não vão perder o salário por fazerem greve geral quinta-feira porque vão ser reembolsados pelo fundo de greve do seu sindicato.

O sindicato dos Maquinistas (SMAQ) é dos poucos que têm um fundo de greve, que será acionado para reembolsar o dia de salário perdido no âmbito da greve geral de quinta-feira.

"O fundo de solidariedade e greve visa apoiar os associados em situação de greve ou de problemas laborais que aguardam solução nos tribunais", disse à agência Lusa o presidente do SMAQ, António Medeiros.
[...]
O fundo do SMAQ foi constituído em 1980 e é formado com um por cento que cada associado do sindicato desconta especificamente para este fim.

Reembolso de parte do salário

Assim, os maquinistas sindicalizados no SMAQ, um total de 1.400, descontam dois por cento para o seu sindicato enquanto os restantes trabalhadores descontam só um por cento mas não têm fundo de greve.

O fundo é acionado nas situações de greve para reembolsar a parte do salário perdida em paralisações, sejam horas ou dias inteiros.

Segundo António Medeiros, o SMAQ não consegue estimar quantos reembolsos vai ter de fazer porque alguns maquinistas podem ter de fazer dois turnos de greve caso estivessem escalados para entrar ao serviço ao final do dia de quarta-feira e depois para voltar a entrar ao serviço a meio da tarde de quinta-feira, depois do período de descanso.

Além disso, o sindicalista não sabe quantos maquinistas é que vão estar envolvidos no cumprimento dos serviços mínimos definidos para a CP, o que corresponderá a menos horas de greve financiadas pelo SMAQ.
"Os serviços mínimos definidos põem em causa o direito à greve, são excessivos, um abuso, mais valia terem a coragem de dizer que os maquinistas não têm o direito à greve", disse acrescentando que os maquinistas decidiram que cada comboio que se realize no âmbito dos serviços mínimos será assegurado pelo trabalhador a cujo turno pertencia esse comboio.

Isto vai envolver um elevado número de maquinistas embora uns possam trabalhar apenas uma hora e outros várias horas seguidas.
Os maquinistas da CP fizeram muitas greves no início dos anos 90, suscitando até requisições civis, e voltaram a fazer várias greves de vários dias em 2003 e 2007 no Metro do Porto.

"Se não fosse o fundo de greve os maquinistas não teriam aguentado tantos dias de greve", salientou António Medeiros.

O SMAQ, que é um sindicato independente, representa cerca de 98% dos maquinistas da CP e 90% dos maquinistas do Metro do Porto.
"
fonte: Expresso

 "Greve dos maquinistas. O que a CP não paga o sindicato compensa

Após o protesto que parou cerca de 2 mil comboios durante a quadra natalícia, os maquinistas da CP preparam uma nova paralisação para a passagem de ano. No caso dos maquinistas da CP ou do metro, aderir à greve não é um dilema que se resolve em função de quanto se vai perder com menos um dia de salário. Qualquer maquinista português pode aderir tranquilamente à paralisação porque no fim tem a garantia de que o seu vencimento será pago por inteiro. Não se trata de uma benesse da administração, mas de um fundo de greve que o sindicato criou em 1980 para reembolsar parte do salário perdido em paralisações ou impasses entre funcionários e empresas que se arrastam nos tribunais.
"


fonte: ionline



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Estado d'Alma IV

Por e-mail recebi este conteúdo, que transcrevo na integra:

"Uma síntese de "pérolas" constantes dos acordos de Empresa ainda vigentes no nosso Sector Empresarial do Estado (SEE) embora algumas delas tenham caído no desuso.

Exemplos de regalias e benefícios em vigor (alguns caíram, contudo, em desuso) nos Acordos de Empresa no Sector dos Transportes

Férias

• Na Carris, todos os trabalhadores têm direito a 30 dias de férias por ano; [30 dias lineares corresponde a 22 dias úteis]

• No Metro de Lisboa, todos os trabalhadores têm, à partida, direito a 24 dias de férias. [o e-mail recebido não esclarece se são dias lineares ou úteis]


Caso o trabalhador opte por gozar férias fora do período normal (1 de Junho a 30 de Setembro), pode beneficiar de até 3 dias adicionais de férias.

Acresce que, se no ano anterior tiver dado apenas 1 falta ao trabalho, beneficia ainda mais 3 dias de férias.

Significa isto que um trabalhador do Metro de Lisboa pode ter até 30 dias de férias por ano.

Complementos de Reforma

• Para além da reforma a que têm direito todos os Portugueses, na Carris, Metro de Lisboa e STCP, os trabalhadores têm direito a um complemento de reforma, paga pelas próprias empresas, destinado a permitir que o trabalhador aufira uma reforma equivalente à sua última remuneração no activo (isto significa que, em média, as empresas pagam sobre a reforma da segurança social uma quantia adicional correspondente a 25% do montante da reforma).

• Só a Carris, paga complementos de reforma a mais de 4.700 antigos trabalhadores.

• Se na STCP, a soma entre a reforma da SS e o complemento pago pela STCP não pode ultrapassar os 650 euros por mês, na Carris e Metro de Lisboa há antigos trabalhadores a receberem, somando a reforma da Segurança Social e o Complemento de Pensão pago pelas empresas, mais de 3.000, mais de 4.000 e até, mais de 5.000 euros por mês.

Doença

• Quando um trabalhador destas empresas fica de baixa recebe, para além do subsídio de doença pago pela Segurança Social, igual ao dos restantes portugueses, um complemento àquele subsídio de modo a que o trabalhador receba em situação baixa o mesmo que recebe quando está ao serviço (há mesmo situações em que, por razões relacionadas com a tributação fiscal, o trabalhador recebe mais em situação de doença do que quando está ao serviço).


Medicamentos

• Na Carris e Metro de Lisboa os trabalhadores têm assegurado o pagamento por inteiro da assistência medicamentosa.

Viagens Gratuitas

• Na generalidade destas empresas os trabalhadores e familiares têm direito a viajar gratuitamente nas respectivas redes. [este paradigma está a mudar]

• Os trabalhadores da CP e os da REFER que transitaram da CP, têm direito a este benefício, que é ainda extensível aos trabalhadores reformados, cônjuges, pais, filhos, enteados e irmãs solteiras. [este benefício está a ser cortado a "não trabalhadores"]

• Só na REFER, o custo com viagens dos trabalhadores, pagos pela empresa, ascende a mais de 4 Milhões de Euros por ano. [trocos, quando comparado com o vencimento dos gestores de topo e das viaturas topo de gama]

Subsídios Vários

• A quantidade de subsídios que acrescem à remuneração base auferidos pelos trabalhadores das empresas de transportes é demasiado vasta o que não permite reproduzir aqui os mesmos na totalidade.

• Dão-se apenas alguns exemplos:

METRO LISBOA:
[ver AE2009]

Os maquinistas em regime de agente único [leia-se todos] e os maquinistas de manobras têm direito a um subsídio mensal compensatório correspondente a 30% do seu vencimento mensal, constituído pela remuneração base e pelas anuidades.


O subsídio referido no número anterior é considerado remuneração de trabalho e integrará, para todos os efeitos, o cálculo do valor hora e dia, assim como os subsídios de férias e de Natal.

Aos Maquinistas em serviço efectivo é atribuído mensalmente um subsídio de quilometragem em função do espaço percorrido de 0,10 €, por cada quilómetro percorrido, o qual será pago no mês seguinte ao da execução da quilometragem.
[ver AE2009, onde o valor é de 9 cêntimos]

Aos Maquinistas de Manobras é atribuído mensalmente um subsídio de quilometragem correspondente a 500 quilómetros.


Subsídio de Turno - Para os trabalhadores em regime de turnos, as retribuições serão acrescidas de um subsídio mensal de 59,48 €, actualizado anualmente na mesma percentagem em que o for a tabela salarial que integra o AE.

Prémio de Assiduidade - Aos trabalhadores abrangidos por este acordo é atribuído um prémio cujo valor mensal é de 68,00 €. Tem direito ao prémio referido no número anterior, o trabalhador que, no decurso do mês respectivo, não exceder cinco horas de falta.

Porque é que acham que há greves só de 4 horas ao período de ponta da manhã? (também por causa do subsídio de almoço auferido após 3 horas de trabalho que é ascende a €10,35, apesar dos trabalhadores terem garantido o almoço nas cantinas por apenas menos de 3€)

Existem ainda subsídios de chefia.

CAMINHOS DE FERRO (CP):

Prémio de Condução – atribuído aos trabalhadores da Carreira de Condução-Ferrovia é pago um prémio de produtividade por cada período completo do trabalho diário, calculado de acordo com a fórmula constante da Cláusula 42.º do AE. A este prémio acresce em determinadas condições um prémio anual (ou seja, por cada dia de trabalho, é pago um subsídio de produtividade por ter trabalhado nesse dia).

Restantes trabalhadores – €4,02/diários.

Agente Único – a laboração neste regime confere direito a um abono de 4% da respectiva retribuição indiciária aos Maquinistas, Maquinistas Técnicos, Inspectores de Tracção e Inspector-Chefe de Tracção.
Subsídio de Escala – 17,75% da retribuição base prevista na Tabela Salarial para os trabalhadores sujeitos a horários de trabalho organizados segundo escalas de serviço.

CARRIS:

Subsídio de Tarefas Complementares de Condução – 50 euros/mensais para os trabalhadores de tráfego.

Subsídio de Condução de Veículos com obliterador e Agente Único - motoristas de serviço público, guarda-freios e técnicos de tráfego e condução têm direito a um abono mensal igual a 18,2% da sua retribuição normal.

Ajuramentação – 9,1% para os inspectores, coordenadores de tráfego e coordenadores gerais de tráfego.

Por falhas de dinheiro - €29,37 – trabalhadores que normalmente movimentam somas de dinheiro.

Transtejo/Soflusa:

Os trabalhadores marítimos que exerçam as suas funções a bordo dos navios da classe catamaran têm direito, a um adicional de remuneração diário no montante de 35,5%, 28% e 13%, do valor da remuneração base diária, respectivamente para mestres, maquinistas e marinheiros.

Se for em navios de outra classe o adicional é de 18%, 15,5% e 13%.

Os restantes trabalhadores têm direito a um adicional de €2,64.

Prémio de Assiduidade - €223, 32 por cada mês completo de trabalho.

Uma falta € 166,06/mês; duas faltas - €148,87/mês; Três ou mais faltas - €7,16 x n.º de dias de prestação de trabalho.

Mais uma vez: por cada dia de trabalho, recebem 7,16€ de prémio de assiduidade por terem ido ao trabalho.

Subsídio de turnos – de €26,27 a €48,40.

Subsídio por quebras e riscos - €25 (tesoureiros, caixas e bilheteiros)

Subsídio de Penosidade – Os trabalhadores (pintores, carpinteiros, mecânicos, encarregados de reparações, electricistas navais e serventes de manutenção/reparação) terão direito a um acréscimo de remuneração no montante de 25% quando e enquanto executem trabalhos da sua especialidade em locais sujeitos a ambientes tóxicos, fechados e não arejados, ou quando executados em locais não resguardados a uma altura superior a 4 m.

Insólitos

• Carris: artº 69: A Empresa manterá nas estações, barbearias devidamente apetrechadas, para uso privativo de todo o seu pessoal, inclusive dos reformados.

Exemplos reais de Salários de Maquinistas e Inspectores:

Categoria Rem Bruta
MAQUINISTAS 3.940,24 €
INSPECTOR-CHEFE DE CONDUÇÃO-FERROVIA 3.925,17 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.909,46 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.672,94 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.473,22 €
INSPECTOR-CHEFE DE CONDUÇÃO-FERROVIA 3.341,39 €
INSPECTOR DE TRACÇÃO 3.331,21 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.186,80 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.150,18 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.064,82 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.056,14 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.030,65 €
MAQUINISTA TÉCNICO 3.016,16 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.997,34 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.997,25 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.988,80 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.988,72 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.974,86 €
INSPECTOR CHEFE DE TRACÇÃO 2.967,50 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.963,19 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.955,46 €
INSPECTOR DE TRACÇÃO 2.954,85 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.952,70 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.904,18 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.899,82 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.893,63 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.852,21 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.835,05 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.822,73 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.815,89 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.815,77 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.806,72 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.803,42 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.798,99 €
INSPECTOR DE TRACÇÃO 2.791,03 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.783,05 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.776,98 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.772,26 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.744,14 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.728,77 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.724,33 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.721,73 €
MAQUINISTA TÉCNICO 2.719,58 €
INSPECTOR DE TRACÇÃO 2.719,20 €

Etc, esta lista continua ate ao valor mais baixo de toda a lista, que é de

MAQUINISTA TÉCNICO 1.159,33 €"

Como é possível nestes exemplos REAIS, termos estas pessoas a fazer greve, apoiados por sindicatos, quando através dessas greves afectam milhões de pessoas que ganham bem menos e que sao quem através dos impostos, lhes pagam os salários ?!

Temos aqui um caso quase de justiça, onde o empregador (todos nós que pagamos os impostos), somos penalizados pelas greves dos "nossos" empregados (porque lhe pagamos os salários através dos nossos impostos), porque estes querem mais ou manter as actuais regalias, quando nós os "empregadores" vamos ter que trabalhar e pagar cada vez mais impostos para lhes alimentar as mordomias !!!!

Afinal as sindicais estão do lado de quem ?!?!?

Ao que parece, seguramente que não estão do lado do povo !!!


Nota 1: entre [ ] os meus comentários
Nota 2: não consegui encontra os acordos de empresa actualizados, de forma a conformar estes valores. Deixo aqui as ligações para o que é "público":
REFER:  http://bte.gep.mtss.gov.pt/documentos/2008/22/19081961.pdf
CP: a versão mais recente data de 2003: http://bte.gep.mtss.gov.pt/documentos/2003/35/26522671.pdf
Carris: http://www.pme-box.com/PmeboxEditor/Uploads/K21VYYD816DLEJQ/AE.CARRIS.2009.pd
e http://bte.gep.mtss.gov.pt/completos/2010/bte25_2010.pdf
Metro de Lisboa: http://bte.gep.mtss.gov.pt/completos/2010/bte17_2010.pdf
e http://www.pme-box.com/PmeboxEditor/Uploads/K21VYYD816DLEJQ/bte14_2009.pdf
STCP: http://www.pme-box.com/PmeboxEditor/Uploads/K21VYYD816DLEJQ/AESTCP.pdf 

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Na passada semana, o Metropolitano de Lisboa voltou a parar. Dizem os trabalhadores, que estão a defender o transporte público e os interesses dos utentes (quem paga pelo serviço prestado não é "utente" mas sim "cliente").

Não é o governo que quer destruir o transporte público, dificultando a vida a todos os que querem trabalhar - são os trabalhadores das empresas públicas (CP e Metro de Lisboa) com as suas greves que dificultam a vida a quem quer ir trabalhar e ganhar honestamente o seu sustento. 
As greves servem os interesses do estado, não o prejudicam. As greves prejudicam o cliente, que necessita do transporte público para a sua mobilidade diária. A luta dos trabalhadores do Metro de Lisboa e da CP não é contra o povo, mas sim contra o Governa da nação.

Não é o governo que ameaça com o desemprego os trabalhadores do Metro de Lisboa e da CP, mas são as greves que ameaçam com o desemprego, os trabalhadores que necessitam dos transportes públicos.

sábado, 6 de outubro de 2012

Locomotiva Pacific 533 transferida de Santarém para o Entroncamento (30-Set-2012)

No passado dia 30 de Setembro, a locomotiva a vapor com o número 553 foi transferida do núcleo museológico de Santarém para o Entroncamento.
Esta locomotiva foi construída em 1924 pela Henschel & Sohn e podia atingir uma velocidade máxima de 120 km/h.

fotografia de Nuno Morão @ http://trainspo.com/photo/30909/#photo


As imagens que se seguem ilustram algumas das locomotivas Pacific desta série (551 a 560), que circularam em Portugal até 1970/71.


na Régua, algures no início dos anos 70 do século passado (autor identificado)

em Valença, Agosto de 1970 (autor desconhecido @ http://en.wikipedia.org/wiki/4-6-2)



comentário do autor: "compound 4-6-2 CP No 553 rushes down the grade near Rio Tinto with the 0855 train from Braga to Porto on the very dull morning of Saturday 8th November 1969"



na rotunda de Contumil (autor identificado @ RailPictures)



 comentário do autor: "4-6-2 number 553 built by Henschel (19882/1924) heads the 11.15am train from Régua to Porto west of Godim in May 1970. Photo Mike Squire"








Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Estado d'Alma III

No dia em que escrevo estas linhas, decorre mais uma greve dos ferroviários da CP e da CP Carga. Estas greves, que se arrastam no tempo (já não me recordo quando começaram, mas foi há mais de um ano) desgastam o sector, fazendo com que os poucos passageiros que ainda resistem nos serviços regionais, procurem alternativas. Muitos deles não voltam mais, porque se cansaram doas constantes supressões, consequência directa das greves.

Não questiono a legitimidade da greve, questiono sim a sua eficácia. A greve dos ferroviários da CP e da CP Carga prejudica os clientes e não o governo ou a administração da CP. Para estes, está tudo bem. Comboios regionais suprimidos, significa menos prejuizo. Para os ferroviários também está tudo bem, porque não recebem da empresa, mas recebem os dias de greve, que são pagos pelo sindicato.

Afinal quem é prejudicado? É o cidadão comum, que infelizmente necessita do comboio para chegar ao seu emprego e assim garantir o seu posto de trabalho. Refiro-me em particular aos trabalhadores das zonas urbanas de Lisboa e Porto, que diáriamente enchem os comboios suburbanos.

Quem lucra com ests greves? Lucam as empresas de camionagem (que transportam a craga que a CP Carga não é capaz de colocar nos destinos), lucram os grupos Barraqueiro/Transdev, detentores da frota de autocarros que nos dias de greve se desdobra para transportar todos os passageiros do "Longo Curso" e lucra o governo, de forma directa, reduzindo prejuizos na CP e aumentando receitas provenientes de portagens e impostos sobre produtos petroliferos.

Mas afinal para que servem os sindicatos? Para convocar greves e mais greves, ou para encontrar soluções para os problemas do trabalhadores?

Mudando a agulha, que isto das greves é um assunto muito sensível .... a Takargo tem realizado nos últimos dias algumas acções de formação, nas linhas mais a sul. Pela movimentação, adivinha-se que em breve haverá novidades ...
(foto de Pedro Sabino @ RailPictures)

Termino este artigo com uma nota de rodapé: o transporte ferroviário de passageiros, em especial o de longo curso, é quase sempre mais caro que a alternativa rodoviária (leia-se autocarro). Se o serviço regional já está moribundo, o longo curso, com estas greves para lá caminha. Os passageiros da ferrovia depressa descobrem que afinal o autocarro até oferece mais serviços e maior regularidade que o comboio ....


Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.