sexta-feira, 24 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve XI

O Metropolitano de Lisboa e a rodoviária Carris vão fazer greves de 24 horas contra a subconcessão das empresas a 12 e a 14 de Maio, respetivamente, revelaram fontes sindicais.
A 12 de Maio o Metropolitano de Lisboa pára 24 horas em protesto contra a subconcessão da empresa prevista pelo Governo, revelou Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans). O Metropolitano agendou ainda outra greve, mas parcial, para a próxima terça-feira, entre as 06:30 e as 10:00.
Paulo Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores da Carris, confirmou que foi entregue um pré-aviso de greve de 24 horas para 14 de Maio, último dia para apresentação de propostas pelos interessados em concorrer à subconcessão da empresa. De acordo com o membro da CT da Carris, que já teve acesso ao caderno de encargos, de fora desta subconcessão ficam os eléctricos, os elevadores e os ascensores.
"O caderno de encargos é omisso em relação a esta matéria. Para já, pensamos nós que devem ficar no âmbito da Carris, que não vai desaparecer", disse, salientando o potencial turístico dos eléctricos e ascensores de Lisboa.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, anunciou no final de Fevereiro que a subconcessão das operações do Metro de Lisboa e da Carris deverá estar concluída até ao final de Julho. A Carris e o Metro têm uma administração comum desde o início do ano, que partilham ainda com a Transtejo/Soflusa, mas esta última ficou fora desta proposta de concessão.
in Económico

Actualização:
Os comboios do Metro de Lisboa poderão ficar paralisados durante a greve de terça-feira. Os serviços mínimos decretados não obrigam a circulação.
O Conselho Económico e Social (CES) decretou esta sexta-feira, 24 de Abril, serviços mínimos de segurança e manutenção para a greve parcial de terça-feira, 28 de Abril, dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa.

A decisão do tribunal arbitral do CES prevê que "serão assegurados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações", sendo que "tais serviços consistirão, concretamente, entre as 06:00 e as 09:30, na afetação, ao Posto de Comando Central, de três trabalhadores (um inspector de movimento, um encarregado de movimento e um encarregado de sala de comando e de energia)".

"Não serão fixados serviços mínimos relativamente à circulação das composições", lê-se na decisão divulgada no 'site' da CES.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizam na terça-feira uma greve parcial, entre as 06:30 e as 10:00.

Entretanto, hoje foi anunciada uma greve de 24 horas, contra a subconcessão da empresa, para 12 de Maio.

in Jornal de Negócios

quinta-feira, 23 de abril de 2015

“Comboio do Cante” entre Lisboa e a Ovibeja (02/05/2014)


A 32ª Ovibeja vai ser de homenagem ao Cante Alentejano sendo que, das mais de duas mil pessoas que vêm cantar à feira, mais de 600 vão chegar no “Comboio do Cante”.

Sob o lema “O Nosso Cante” vão ocorrer várias iniciativas durante todos os dias da feira, de 29 de Abril a 3 de Maio. O ponto alto da homenagem ao Cante acontece no dia 2 de Maio, sábado, em que vão entrar na Ovibeja mais de dois mil cantadores, de 105 grupos corais, para ecoarem em uníssono 5 modas. Os cantadores provenientes da zona da grande Lisboa vem no “Comboio do Cante” que vai transportar entre Lisboa e Beja mais de seis centenas de pessoas numa parceria entre a CP – Comboios de Portugal e a Comissão Organizadora da Ovibeja. O Comboio é fretado exclusivamente para o Cante na Ovibeja e parte da primeira estação, Lisboa Oriente, às 07h50, vai parando nas várias estações e tem chegada prevista a Beja por volta das 11h00.

O cante partilhado entre todos os homens e mulheres com raízes no Alentejo acontece às 16h00, no Pavilhão Multiusos, e tem como alinhamento “Alentejo, Alentejo”; “Dá-me uma gotinha de água”, “Ao passar a ribeirinha”, “Castelo de Beja”, e “Alentejo és nossa terra”.
in Praça da República
foto: google/flickr

Nota 1: uma carruagem Corail tem capacidade para 88 passageiros. Para transportar 600 passageiros são necessárias 7 carruagens.
Nota 2: O comboio tem partida marcada de Lisboa Oriente às 7:50, chegando a Casa Branca às 9:25. Aqui será efectuada a troca de locomotiva, estando a partida prevista para as 10:15. A chegada a Beja será às 11:08. 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Google vai filmar viagens em linhas férreas portuguesas


CARLOS CIPRIANO 21/04/2015 - 08:30

Depois dos caminhos-de-ferro transalpinos da Suíça, a linha do Douro será a primeira a ser filmada utilizando o conceito de Street View da Google. A viagem nas linhas de Cascais, do Norte e do Oeste também vai ser registada desta forma.

Ter a perspectiva que o maquinista do comboio sente ao ver a linha desfilar à sua frente, com a sucessão de curvas e contracurvas, as pontes, os túneis, as passagens de nível, as estações, as agulhas, vai ser possível, com imagens de grande resolução da Google, que vai aplicar o conceito de Street View ao ambiente ferroviário.

A empresa vai desenvolver em Portugal um projecto que ainda só teve uma primeira experiência nos caminhos-de-ferro suíços e que consiste em colocar uma câmara de 360 graus numa composição ferroviária e percorrer uma linha férrea de ponta a ponta, recolhendo as imagens tal como se estivesse na cabine da locomotiva. Imagens que, neste caso, serão até mais amplas porque, quer no Google Maps quer no Google Earth, os utilizadores poderão também ter uma perspectiva circundante da paisagem.

O projecto é um bom exemplo de cooperação entre empresas do sector ferroviário. A CP disponibiliza uma locomotiva, a CP Carga fornece um vagão onde será instalada a câmara e um operador, e a EMEF (empresa de manutenção da CP) procede à adaptação do material circulante e montagem do equipamento. A Refer, que também é parceira neste empreendimento, prescinde de cobrar a taxa de uso (portagem ferroviária) pela passagem deste estranho comboio pelas suas linhas.



A linha do Douro, entre o Porto e o Pocinho, será a primeira a ser percorrida, devendo as filmagens terem início na próxima quinta-feira, 23 de Abril. A linha de Cascais também está na lista, tendo em conta, também, o seu potencial turístico e enquadramento paisagístico. Mas o projecto incluiu ainda a linha do Norte e a linha do Oeste (entre Lisboa e Figueira da Foz e Coimbra).

No total das quatro linhas, serão mais de 700 quilómetros percorridos em 13 dias à vertiginosa velocidade de… 30 quilómetros por hora.

O projecto envolve a Google Polónia, Google Espanha, Google Suíça e Google Portugal. Técnicos estrangeiros desta empresa vão estar no Porto e na linha do Douro para dar formação e proceder à montagem do equipamento, decorrendo depois as filmagens por conta de pessoal da CP.

Pôr em circulação o “comboio da Google” não se tem revelado fácil devido à rígida regulamentação ferroviária, que não foi pensada para uma composição deste tipo. Por exemplo, o normal é que as locomotivas reboquem os vagões ou as carruagens, em vez de os empurrar. Mas neste caso os percursos terão de ser percorridos com um vagão empurrado por uma máquina, situação que obriga a autorizações especiais emanadas do Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Na Suíça, a solução encontrada foi também a colocação de um vagão à frente de uma locomotiva que percorreu os 130 quilómetros da Ferrovia Retica, umas das linhas de caminho-de-ferro mais espectaculares do mundo, na qual circulam os famoso comboio turístico Bernina Express. A Google registou em 360 graus a viagem por esta arrojada obra de engenharia através dos Alpes, com viadutos de cortar a respiração e túneis que rompem as montanhas para desembocar em pontes em curva que atravessam precipícios. Não é por acaso que esta via-férrea é considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

A extensão desta experiência à linha do Douro coloca o “train view” da Google também numa zona que é Património Mundial da Humanidade, podendo as imagens ser utilizadas na promoção do turismo da região. O mesmo poderá acontecer com a viagem entre o Cais do Sodré, em Lisboa, e Cascais, à beira rio e à beira mar.

Após as filmagens, será necessário esperar ainda três meses para que estas estejam disponíveis “online”, pois é necessário editá-las, eliminando rostos e matrículas de automóveis, para respeitar as políticas de privacidade.

Só depois será possível ao utilizador sentir-se maquinista de um comboio visualizando o percurso tal como se estivesse na cabine da locomotiva.

Esta experiência não é só apreciada pelos entusiastas dos caminhos-de-ferro. Na Alemanha é tão popular que os próprios caminhos-de-ferro dispõem de um canal de televisão – a Bahn TV – que mostra imagens de praticamente toda a rede ferroviária. Não são a 360 graus e resultam da simples instalação de uma câmara numa locomotiva, mas têm tido, ainda assim, um grande sucesso.

in jornal Público
foto: flickr via google

Actualização [23-Abril-2015]


Estação de S. Bento (23/04/2015) José Coelho / Lusa



CP reduz preço das viagens com transbordo (título do jornal Público)


Quer viajar de Coimbra para a Régua? De Lisboa para Portimão? De Leiria para o Porto? De Santarém para Vilar Formoso? Em qualquer destes percursos não há viagens directas, pelo que o passageiro é obrigado a fazer transbordo entre um comboio regional e um comboio de longo curso (Alfa ou Intercidades). Até agora a CP castigava os seus clientes obrigando-os a pagar o somatório das várias viagens como se, em cada transbordo, se iniciasse uma nova viagem. Isto penalizava quem tinha de apanhar mais do que um comboio, ao contrário das viagens que eram directas, tornando desinteressante o uso do transporte ferroviário.

A CP acordou para este problema e decidiu agora “lançar preços integrados nas deslocações envolvendo comboios longo curso com complemento de viagem em regional”, de acordo com fonte oficial da empresa. No novo tarifário a transportadora faz 65% de desconto no preço das viagens em comboios regionais que dão ligação aos Alfas ou Intercidades. Um desconto, porém, que é limitado a um máximo de 25% do valor final da viagem, mas que, ainda assim, permite agora viajar sobre carris a preços mais em conta.

Por exemplo, de Coimbra para a Régua paga-se agora 18,25 euros em vez dos 22,80 euros anterior. E de Lisboa para Portimão a viagem custa 21,25 euros em vez de 25,15 euros. De Viana do Castelo a Lisboa paga-se agora 26,80 euros (e não 31,40 euros) e de Santa Apolónia para o Pocinho a CP só cobra 29,95 euros em vez dos anteriores 37,45 euros.

A empresa assume que “prossegue a sua política de potenciar o efeito da rede do transporte ferroviário em Portugal” e diz que é “o único operador nacional de transporte de passageiros que reúne condições para proporcionar uma efectiva rede de serviços de viagem que se complementam ao longo do país”.

Trata-se de uma política que inverte a tendência das últimas décadas desde que, em 1998, durante o governo socialista de Guterres, o então presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, segmentou a CP em unidades de negócios que ficaram, como referiu, “a um passo da escritura”. Essas “mini CP” acabariam por nunca ser privatizadas, mas criou-se o hábito de trabalharem de costas voltadas, cada um com recursos próprios e com a gestão do seu negócio.

O resultado disso foi a perda de uma visão global da gestão da empresa e o fim do efeito de rede que é uma das principais vantagens do transporte ferroviário.

Curiosamente, é agora durante um governo PSD/CDS, com um presidente da CP, Manuel Queiró, próximo do CDS, que a empresa pública regressa ao caminho da integração. A transportadora já tinha juntado, em termos operacionais, o longo curso e o serviço regional e, há dois anos, criara tarifas mais baratas para viagens que implicassem apanhar o Alfa Pendular e o Intercidades.

O próximo passo para tirar partido do efeito da rede é a redução dos tempos de espera nos enlaces entre comboios. A empresa está a estudar melhores correspondências em Lisboa Oriente, Porto Campanhã, Coimbra, Tunes e Faro. O objectivo é que os clientes não tenham de esperar mais de meia hora para poder apanhar o comboio seguinte, reduzindo assim o tempo total das viagens.

A CP criou artificialmente “fronteiras” que não têm qualquer justificação técnica e que obrigam os passageiros a mudar de comboio. Uma é Aveiro, onde termina o serviço regional e os clientes têm de apanhar um suburbano para seguir para o Porto. O mesmo acontece em Nine (na linha do Minho) e em Caíde (na linha do Douro). Na Guarda os comboios da Beira Alta ficam-se por ali e já não seguem directos a Vilar Formoso. Nas Caldas da Rainha, a meio caminho entre Lisboa e Coimbra, a oferta da CP obriga a um transbordo que não se compreende. E Faro é fronteira entre o Sotavento e o Barlavento algarvio quando durante, mais de cem anos, os comboios iam directos de Vila Real de Santo António para Lagos. Setúbal e Barreiro ficaram sem comboios de longo curso e é preciso ir apanhá-los ao Pinhal Novo.

Estes transbordos desencorajam o uso do transporte ferroviário, mas a empresa, para já, só espera reduzir os tempos de espera em vez de os eliminar. 

in Público

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve X

Greve de sexta-feira no Metro de Lisboa foi suspensa
15 Abril 2015, 20:35 por Lusa

Os sindicatos representantes dos funcionários do Metropolitano de Lisboa decidiram suspender a greve de sexta-feira, depois de o tribunal arbitral do Conselho Económico e Social ter decretado serviços mínimos durante a paralisação.
"Verificámos que não existem condições para efectuar o transporte em segurança, motivo pelo qual suspendem a greve" da próxima sexta-feira, referem esta quarta-feira os sindicatos representantes dos funcionários, num comunicado enviado à agência Lusa.

O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou terça-feira serviços mínimos para a greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcada para sexta-feira.

No comunicado, os sindicatos, que estiveram reunidos hoje para analisar a decisão do tribunal arbitral, decidiram também realizar um Plenário Geral de Trabalhadores no dia 22 e marcar um novo período de greve para o dia 28.

Representam os funcionários do metro da capital portuguesa, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, Sindicatos dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano, Sindicatos dos Trabalhadores da Manutenção do Metropolitano de Lisboa e do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.

Os sindicatos alertam também para "a curiosidade" de o tribunal arbitral do Conselho Económico Social "ser presidido por um juiz que faz parte integrante de um dos maiores escritórios de advogados, PLMJ, fundado por Miguel Júdice". "O referido escritório está contratado pela Administração do Metropolitano de Lisboa para assessorar o processo de subconcessão em curso", acusam os sindicatos.

No comunicado, os representantes dos funcionários do metro de Lisboa sublinham que ao tribunal arbitral se "exige imparcialidade".

Na terça-feira passada, o tribunal arbitral do CES decretou também serviços mínimos para as greves de dia 10 de Abril dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, bem como da rodoviária Carris, o que, no caso do Metropolitano de Lisboa, levou os sindicatos representativos dos trabalhadores a adiarem uma semana, para o dia 17 de Abril, a greve de 24 horas.

Na altura, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), explicou que o adiamento de uma semana estava relacionado com a falta de segurança devido à obrigatoriedade de serviços mínimos decretados pelo CES.

"As organizações sindicais do Metropolitano reuniram, ponderaram as questões que tinham nesta altura em cima da mesa e acharam que não estão reunidas as condições de segurança quer para os utentes quer para os trabalhadores", disse, então, a sindicalista.

Já em Novembro passado, o tribunal arbitral decretou, para uma outra greve do Metro, que deveria ser assegurada a circulação de um quarto das composições que habitualmente transportam passageiros.

Na altura, a Fectrans decidiu manter a greve, mas aconselhou os trabalhadores a cumprirem o horário de trabalho, de modo a garantirem a segurança dos utentes daquele transporte público.




Os sindicatos representativos dos trabalhadores do ML, que estiveram reunidos ontem, onde analisaram o último acórdão do CES, bem como os problemas concretos que se prendem com a restruturação em curso e o processo de privatização que o Governo quer a todo o custo concretizar, decidiram:
- Denunciar o facto de o acórdão - que deveria primar por uma total imparcialidade - ter sido proferido por um juiz presidente sócio de um dos maiores escritórios de advogados do país, PLMJ (cujo fundador é o Dr. Miguel Júdice), escritório esse que está contratado pelo CA do ML, para assessorar todo o processo de subconcessão em curso, (mesmo que nos venham dizer que não pertence a esta área de negócios, não poderão afirmar de certeza que não vai receber os lucros);

- Denunciar o facto de o acórdão contradizer a Constituição da República Portuguesa, permitindo excluir trabalhadores de exercer o direito à greve;

- Dar a palavra aos trabalhadores já no dia 22, para que possamos decidir futuras posições a tomar nesta reta final da nossa luta, de forma consequente e eficaz;

- Informar que no imediato temos um segundo momento de luta já marcado, para o próximo dia 28 (uma greve Parcial, cujo sorteio de árbitros está marcado já para amanhã);

- Por último suspender a greve do próximo dia 17, com o compromisso de todos os sindicatos que será a última vez que assumiremos a defesa da segurança em substituição dos responsáveis da empresa, e os que são permeáveis ao poder político e económico.

Nota: decisão do CES referente a serviços mínimos (25% de circulações em todas as linhas)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Banalização da Greve (Metropolitano de Lisboa e CP)


Greves estão a perder impacto, diz ex-líder da UGT

“Entendo que os sindicatos não deveriam declarar a greve pela greve e alguns fazem-no”, afirma João Proença em entrevista à Renascença. Muitas vezes, no dia seguinte, os trabalhadores sentem que “nada é diferente”.

O antigo secretário-geral da UGT João Proença considera que as greves começam a ser banalizadas e estão, por isso, a perder impacto. 

"As greves continuam a ser a forma de luta por excelência dos sindicatos, mas, de facto, foram perdendo o seu impacto perante a opinião pública e perante os governos", admite. 

"Às vezes, governos que até pretendem reduzir os custos na administração pública dá a ideia que vêem as greves com despreocupação e os trabalhadores perdem um dia de salário", acrescenta o assessor da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

João Proença defende, por isso, que os sindicatos "não deveriam declarar a greve pela greve". Parece que "não têm um objectivo concreto a atingir" e, assim, a luta não é tão forte como deveria ser. 

Nesta entrevista à Renascença, o antigo sindicalista diz ainda que a opinião pública é cada vez mais indiferente às greves, pelo que "os sindicatos têm de produzir as greves de uma maneira mais consequente". 

Quanto às greves gerais, já foi tempo em que foram bem sucedidas – "por exemplo, em 1988" – mas hoje "muitas vezes, não atingem os seus objectivos", que "pelo número de trabalhadores que adere", quer "por sentirem que, no dia seguinte, nada muda, nada é diferente". 

Apesar de tudo, acrescenta, é errado dizer-se que Portugal tem mais greves do que outros países. João Proença diz que até tem menos. A diferença é que estão concentradas no sector empresarial do Estado ou na função pública e afectam mais a população do que o empregador.

in RR

terça-feira, 7 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve IX


Metro de Lisboa vai ter 25% da operação garantida em dia de greve (10/04/2015)

Tribunal arbitral decidiu definir serviços mínimos para a paralisação agendada para sexta-feira, dia em que também a Carris será afectada por uma greve.

Na greve agendada para a próxima sexta-feira, dia 10 de Abril, a Metro de Lisboa terá pelo menos 25% da operação assegurada entre as 7h e as 21h, já que foi esta a fasquia que o tribunal arbitral definiu como obrigatória num acórdão publicado no site do Conselho Económico e Social.

“No período entre as 7h e as 21h devem ser asseguradas, em todas as estações e por cada período de uma hora de funcionamento, 25% das composições habitualmente afectas ao transporte de passageiros, devendo, se e quando o resultado da aplicação daquela percentagem seja inferior à unidade, ser assegurado um serviço de circulação”, lê-se no documento.

O acórdão remete para um anexo, da autoria da Metro de Lisboa, em que se define que serão necessários 155 trabalhadores para assegurar a operação obrigatória, quando, num dia normal, estariam ao serviço 519 pessoas.

O árbitro nomeado em representação dos trabalhadores assina uma declaração de voto de vencido, em que escreve que “o direito à greve […] será violado pela estipulação de serviços mínimos”.

Regra geral, as estações de metro têm encerrado quando há uma paralisação deste tipo. No acórdão do tribunal arbitral do CES relativo à última paralisação de 24 horas na empresa, a 22 de Dezembro, não foram definidos serviços mínimos relativamente à circulação de composições.

Desta vez será diferente, embora o facto de os trabalhadores da Carris também terem agendado uma greve para este dia vá causar mais perturbações do que o habitual, visto que o serviço desta empresa tem sido reforçado em dias de paralisação na Metro de Lisboa. A decisão do tribunal arbitral em relação à Carris ainda não é conhecida.

Esta paralisação conjunta foi convocada para contestar a aprovação da subconcessão das duas empresas. Um processo que também será alvo de fiscalização sucessiva por parte do Tribunal Constitucional, na sequência do pedido feito nesta segunda-feira pelo Partido Socialista. 

Nota: já no passado dia 27 de Fevereiro tinham sido decretados serviços mínimos ... a greve foi desconvocada.

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Actualização (08/04/2015)
Alterada data da greve no metropolitano de Lisboa

Analisado o acórdão sobre serviços mínimos para o Metropolitano de Lisboa, as organizações responsáveis pela entrega do respectivo pré-aviso de greve, consideram que não estão garantidas as condições mínimas de segurança, no dia 10 de Abril, tendo em conta as características deste modo de transporte.
O acórdão estipula que têm que circular 25% das circulações, para transportar todos os utentes de um dia normal, colocando-os sem as condições mínimas de segurança em espaços limitados e sob o solo.
Lamentavelmente o governo, perante uma greve gera uma discussão sobre serviços mínimos, quando num acto responsável o que seria normal era a discussão de serviços máximos, através da negociação da resolução dos problemas que motivam as greves, mas este governo, com uma postura de quero, posso e mando, quer destruir o serviço público de transportes, para colocar as empresas ao serviço de interesses privados, com prejuízos para os utentes, para os trabalhadores e para o país.
Entretanto, a data da greve desta próxima sexta feira, foi alterada para o próximo dia 17.

Nota emitida pelas organizações de trabalhadores:
As Organizações Sindicais subscritoras do aviso prévio de greve do Metropolitano de Lisboa, EPE, referente ao dia 10 de Abril decidiram:
- Suspender a greve no Metropolitano do dia 10 de Abril, por entenderem não estarem reunidas as condições de transporte em segurança para os utentes e trabalhadores;
- Saudar a luta dos trabalhadores da Carris para a greve do mesmo dia; considerando-a um passo importante na luta contra a privatização;
- Lastimam que o Presidente do Conselho de Administração das referidas empresas utilize a Comunicação Social como veiculo de pressão sobre trabalhadores ao invés de tentar minimizar o conflito imposto pelo Governo e do qual é porta vós.
- Reafirmamos que continuamos disponíveis para encontrar as soluções, que permitam a resolução deste conflito.
P’ Sindicatos


in Fectrans



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Segurança I

Metro de Lisboa cancela sistema que custou 20 milhões em prol de dispositivo que funciona de forma «pontual»
 
Apesar da oposição dos pareceres internos e das recomendações europeias, a administração do Metropolitano de Lisboa terá optado por desmantelar um sistema de segurança e condução automática, o ATP/ATO (Automatic Train Protection/Automatic Train Operation), avaliado em 20 milhões de euros, em prol de um sistema já com 37 anos, o Dispositivo de Travagem Automática de VIA (DTAV).
 
A notícia é avançada na edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, com o diário a acrescentar que a decisão de retirar o sistema ATP/ATO das paredes e dos comboios que circulam na Linha Vermelha, que liga a estação de São Sebastião à do Aeroporto, ficou a dever-se à falta de disponibilidade da empresa em estendê-lo até à última estação da linha, recomendação que consta nos relatórios elaborados internamente.
Já sobre o sistema agora responsável pela segurança na Linha Vermelha, um técnico da empresa disse ao jornal que este funciona de forma «pontual» para casos de «excesso de velocidade», não se tendo mostrado eficaz, por exemplo, no momento em que um dos maquinistas embateu contra o paredão.
 
«O DATV é um controlo pontual para o excesso de velocidade. Mas não impediu a colisão, por exemplo, que aconteceu recentemente no Aeroporto e que deixou o comboio tipo acordeão. A empresa ocultou as imagens, porque o maquinista estava cansado e acelerou na saída da estação do aeroporto. Acabou por embater no paredão porque não havia nenhum sistema de travagem», relatou o técnico, não identificado, ao jornal.
in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=766506

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Metropolitano de Lisboa garante que segurança está salvaguardada

O Metropolitano de Lisboa assegurou hoje que as condições de segurança dos utentes estão salvaguardadas, explicando que o sistema de segurança e condução foi desmantelado há cinco anos por estar "obsoleto" e exigir um investimento avultado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a propósito das notícias avançadas terça-feira sobre o desmantelamento pelo Metropolitano de Lisboa de um sistema de segurança e condução automática que custou 20 milhões de euros, contra pareceres internos, a empresa garantiu que a "segurança dos clientes e colaboradores está naturalmente salvaguardada".
"A empresa tem-se pautado sempre pelo cumprimento dos principais e mais exigentes padrões de segurança, pelo que lamenta as notícias publicadas", adianta o texto.
O Jornal de Notícias adiantou terça-feira que o Metropolitano de Lisboa mandou retirar um sistema inteiro de segurança e condução automática das composições, que dispensava a intervenção direta do condutor.
 
Este sistema (ATP/ATO -- Automatic Train Protection/Automatic Train OPeration) terá sido arrancado da Linha Vermelha (entre São Sebastião e o Aeroporto) porque a empresa não mostrou disponibilidade para estender o mecanismo às novas estações até ao aeroporto da Portela, como defendiam relatórios elaborados internamente.
O jornal destacou ter tido acesso a vários documentos, cedidos por fontes ligadas ao metro, nos quais se alertava para as questões de segurança e para o facto de esta estrutura de transportes estar a tornar-se obsoleta.
No comunicado de hoje, a empresa explicou que "o sistema ATP/ATO nunca atingiu a performance prevista, estava obsoleto e vinha dando muitos problemas de desenvolvimento, quando, há cerca de 5 anos, foi desativado".
"Por esse motivo, aliás, teve de ser desligado durante vários períodos antes de ser completamente desativado aquando do prolongamento da Linha vermelha ao Aeroporto e a S. Sebastião", acrescentou.
De acordo com a empresa, manter o sistema, que revelava ser tecnologicamente obsoleto, implicava um investimento adicional de 22 milhões de euros.
"A opção, na altura, recaiu na instalação de um sistema clássico de sinalização, tecnologicamente atualizado, semelhante ao das três outras linhas, as quais, aliás, apresentam uma carga diária de passageiros muito superior à da Linha Vermelha".
 
A empresa explica também em comunicado que a manutenção é realizada nas instalações do Metropolitano e envolve "pessoal técnico especializado e instalações e equipamentos adequados para a realização de todos os escalões e atividades".
 "Muito se estranha que tendo sido o sistema desativado há cerca de 5 anos, surja agora esta preocupação, com um sistema de segurança desativado e substituído por um sistema de segurança semelhante ao das três outras linhas", destacou ainda a empresa no comunicado.
Na terça-feira, a Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) defendeu que estão garantidas as condições de segurança na circulação do Metropolitano de Lisboa, apesar das "políticas de desorçamentação e desinvestimento" seguidas pela administração da empresa.
Lusa

in http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-04-01-Metropolitano-de-Lisboa-garante-que-seguranca-esta-salvaguardada