sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Comboio Presidencial na Linha do Douro



Passeio exclusivo no comboio presidencial vai ter almoço preparado pelo restaurante Michelin do Algarve.

Uma viagem de comboio pelo Douro já era bom, mas se a isso juntarmos um almoço preparado por um restaurante com duas estrelas Michelin ainda fica melhor. Entre abril e maio de 2016, o restaurado comboio presidencial vai realizar dez viagens pela linha do Douro onde será servido um almoço preparado por Dieter Koschina, chef do Vila Joya, restaurante com duas estrelas Michelin no Algarve.


As datas ainda não estão definidas, mas as reservas já podem ser feitas no site— há um limite de 60 pessoas por cada dia. O menu de degustação é composto por quatro pratos e é harmonizado com vinhos premiados da Niepoort e Taylors. O preço da viagem é de 350€ por pessoa.


O comboio presidencial sai da estação de São Bento, no Porto, pelas 11h45 e tem como destino a estação do Pinhão, perto de Vila Real. Pelo meio é servido o almoço. Antes do regresso há uma prova de vinhos do Porto na Quinta da Roêda. Na viagem de volta há também oportunidade de experimentar algumas sobremesa do chef Dieter Koschina. A chegada a São Bento está prevista para antes das 19 horas.

O comboio presidencial foi utilizado pelos chefes de estado entre 1910 e 1970. Depois de ter sido restaurado num projeto do Museu Nacional Ferroviário, voltou a circular em 2014 em algumas viagens turísticas. O comboio é composto por seis composições onde se inclui o salão do restaurante e o salão dos ministros, que foram decorados à imagem do que era aquele espaço na década de 70.


in http://www.nit.pt/article/11-12-2015-vila-joya-serve-refeicoes-no-douro

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Comboios de passageiros regressam à linha do Leste mas só ao fim-de-semana (título do jornal Público)



CARLOS CIPRIANO 17/09/2015 - 12:25
Protocolo entre CP e municípios do Alto Alentejo prevê circulações às sextas e domingos entre Entroncamento e Portalegre.

Quase quatro anos depois de ter encerrado o serviço de passageiros na linha do Leste, a CP vai realizar comboios às sextas e domingos entre Entroncamento e Portalegre. O objectivo é servir a mobilidade de fim-de-semana de centenas de estudantes do Politécnico daquela cidade, bem como militares da Escola Prática da GNR e ainda estudantes de Alter do Chão e alunos da escola de pilotos de Ponte de Sôr.

A CP assina nesta sexta-feira um protocolo com municípios do Alto Alentejo no qual se compromete a realizar durante seis meses este serviço de fim-de-semana, que visa sobretudo transportar pessoas para o eixo da linha do Norte a norte do Entroncamento. Em contrapartida, a câmara de Portalegre, cuja estação está longe da cidade, assegura o transporte em autocarro à hora da partida e chegada dos comboios.

O serviço vai vigorar durante seis meses devendo depois ser reavaliado para se saber se vale a pena continuar.

A linha do Leste, entre Entroncamento e Elvas, encerrou ao serviço de passageiros em Janeiro de 2011 por ordem do actual governo, na sequência do PET (Plano Estratégico de Transportes). Na altura a CP dizia que viajavam por ano 28 mil pessoas neste eixo e que tinha um prejuízo anual de 1,2 milhões de euros.

No entanto, apesar do mau serviço, assegurado por automotoras velhas, a linha de Leste constitui uma alternativa para quem de Elvas, Portalegre e Ponte de Sôr pretende viajar para o Centro e Norte do país. De autocarro a viagem é mais cara e mais longa pois a maioria das ligações implica “descer” a Lisboa para mudar de autocarro e depois “subir” para norte.

Foi isto que pensou a câmara de Portalegre e a CCDR do Alentejo quando há um ano e meio contactaram a CP para reatar o serviço de passageiros nesta linha. Com boas ligações no Entroncamento aos intercidades e alfa pendulares para norte, o modo ferroviário pode ser a melhor opção para chegar a Coimbra, Aveiro, ou Porto.

Os horários que estão a ser estudados pela CP prevêm que de Portalegre ao Porto se demore cerca de quatro horas e para Coimbra três. De autocarro demora-se o dobro do tempo. E de carro, podendo ser um pouco mais rápido, é seguramente muito mais caro.

O calcanhar de Aquiles deste novo serviço é o material circulante. A CP só dispõe das velhas automotoras Allan - compradas nos anos 50 e modernizadas nos anos 90, mas já em fim de vida útil – que irão circular em grupos de duas. O objectivo não é tanto aumentar a capacidade de lugares sentados, mas assegurar que, em caso de avaria (que são frequentes), uma possa rebocar ou empurrar a outra.

O arranque do serviço está marcado para 25 de Setembro, já com uma semana de atraso em relação ao inicialmente previsto, a fim de coincidir com o início do ano lectivo.

O caminho mais rápido para Espanha
Construída em 1863 entre Lisboa e Elvas (ainda antes do comboio chegar ao Porto), a linha do Leste foi a primeira ligação ferroviária para Espanha, tendo tido um importante papel no tráfego de mercadorias e de passageiros. Foi durante mais de cem anos a principal via de acesso do Alto Alentejo ao resto do território e por ela chegou a circular, em meados do século XX, o expresso nocturno entre Lisboa e Sevilha.

O tráfego de passageiros, contudo, foi diminuindo à medida que a região se desertificava, acabando a CP por cortar as ligações directas a Lisboa e reduzir a oferta a duas automotoras diárias entre Badajoz e Entroncamento, que acabaram em Dezembro de 2011.

A linha mantém-se, contudo, aberta para mercadorias, nela circulando entre seis a nove comboios diariamente, o que obriga a Refer (agora designada Infraestruturas de Portugal) a manter a linha operacional e as estações guarnecidas.

in http://www.publico.pt/local/noticia/comboios-de-passageiros-regressam-a-linha-do-leste-mas-so-ao-fimdesemana-1708083

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Passeio Badajoz-Entroncamento (29 Agosto 2015)

Como previsto, realizou-se no dia 29 de Agosto de 2015 um passeio promovido pela AAFSMZ - Associacio de Amigos del Ferrocarril de La Serena Merida e Zafra entre Badajoz e o Entroncamento. O objectivo deste passeio foi o de promover a reabertura da Linha do Leste ao serviço de passageiros.
Para a realização do passeio, a CP disponibilizou uma automotora da série Allan 0350.




...

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

CP vai alugar comboios para reforçar frota em 2016 (notícia jornal Económico)

... e na sequência desta notícia:

Após 23 meses consecutivos com subida de passageiros, a transportadora quer aumentar oferta.

A CP está a estudar o aluguer de comboios a outros operadores europeus para reforçar a frota em 2016 e fazer face ao aumento do número de passageiros que se tem verificado nos seus serviços de forma consecutiva nos últimos meses. O ‘leasing' é uma das modalidades possíveis, mas não é única alternativa, assegurou fonte próxima do processo ao Diário Económico.

Além de esbarrar com os conhecidos constrangimentos orçamentais, a encomenda de novo material circulante não resolve a situação de crescimento constante da procura, porque novas locomotivas e comboios demoram, em média, três a quatro anos a ser fornecidos, o que inviabiliza essa opção de solucionar este problema a curto prazo.

Com efeito, os serviços de comboios de longo curso da CP, incluindo os comboios Alfa, os Intercidades e o serviço internacional, registaram mais 5% de passageiros entre Janeiro e Julho deste ano face ao período homólogo do ano passado. De acordo com as informações recolhidas junto da transportadora ferroviária nacional, no período em análise, estes comboios de longo curso transportaram um total de 3,1 milhões de passageiros.

Apesar de mais ligeiro, o crescimento de passageiros da CP nos primeiros sete meses deste ano também se verificou noutros serviços. Nos comboios urbanos de Lisboa, foram transportados mais de 44 milhões de passageiros entre Janeiro e Julho deste ano, o que representou um crescimento de 2,4% face aos primeiros sete meses do ano passado.

Nos comboios urbanos do Porto, o comportamento foi idêntico: foram transportados 11,6 milhões de passageiros entre Janeiro e Julho deste ano, mais 2,5% que no período homólogo do ano transacto.
A CP registou igualmente um crescimento de passageiros no serviço regional, mas aqui de forma quase residual. A empresa pública liderada por Manuel Queiró transportou mais 23 mil passageiros nos comboios regionais no período em apreço, passando de 6,074 milhões de passageiros para 6,097 milhões de passageiros.

No total, a CP transportou cerca de 65 milhões de passageiros entre Janeiro e Julho deste ano, mais 1,5 milhões de passageiros do que no período homólogo de 2014, o que representou uma subida de 2,3%. Com estes dados, a transportadora ferroviária nacional assegura que se encontra no 23º mês consecutivo de aumento do volume de passageiros, um período de alta que se iniciou em Setembro de 2013.

A CP sublinha que só relativamente ao mês de Julho, o volume de passageiros ultrapassou os 9,5 milhões, o que traduziu uma subida de 2,1% em comparação com o mês homólogo do ano passado.
Um destaque especial merece o serviço dos comboios Alfa, que teve em Julho o melhor desempenho de sempre, com mais de 194 mil passageiros transportados, um aumento de 7,2% face ao período homólogo de 2014.

in http://economico.sapo.pt/noticias/cp-vai-alugar-comboios-para-reforcar-frota-em-2016_226798.html

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Alfa Pendular bate recorde de passageiros em Julho (notícia jornal Económico)

fotografia @ facebook


Nos primeiros sete meses do ano, viajaram nos comboios da CP cerca de 65 milhões de passageiros, mais 2,3% do que em igual período do ano passado.

Julho foi, de acordo com a CP - Comboios de Portugal, o melhor mês de sempre para o Alfa Pendular, com o serviço a bater recordes ao transportar mais de 194 mil passageiros num mês, com um crescimento de 7,2% relativamente a igual período do ano passado.

A CP registou em Julho o 23.º mês consecutivo de crescimento, tendo transportado nos primeiros sete meses do ano cerca de 65 milhões de passageiros, mais 2,3%, ou 1,5 milhões de pessoas, que em igual período do ano passado. "Só no mês de Julho, o volume de passageiros ultrapassou os 9,5 milhões, um crescimento de 2,1% face ao mesmo mês de 2014", escreve a empresa em comunicado.

O maior crescimento registou-se nos comboios Urbanos de Lisboa, onde viajaram 6,47 milhões de pessoas, seguindo-se o serviço de Urbanos do Porto, com 1,59 milhões de passageiros. Os serviços Regionais cresceram 4,8%, com mais de 905 mil passageiros.

As receitas de tráfego acompanharam o crescimento do número de passageiros, avançando 4,2% em Julho e 2,7% no acumulado dos primeiros sete meses do ano.

"A elevada procura registada nos meses de verão tem levado a empresa a trabalhar no máximo da sua capacidade, sendo que os reforços da oferta têm apresentado taxas de ocupação muito próximas dos 100%. Face ao aumento consistente e continuado da procura, estão em estudo soluções para reforçar a sua frota já em 2016", lê-se no mesmo documento.

in http://economico.sapo.pt/noticias/alfa-pendular-bate-recorde-de-passageiros-em-julho_226773.html

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Locomotiva 1805 regressa ao Entroncamento



Homologada desde 10 de Julho de 2014 com o apoio da EMEF, a locomotiva 1805 será pintada e colocada apta para circular, no âmbito do contrato recentemente assinado com a empresa inglesa Heritage Traction Rail Services.
Fazendo parte de uma série de dez unidades (série 1801 a 1810), entrou ao serviço em 1968. Construídas pela companhia The English Electric, com motores diesel do mesmo fabricante, vieram modernizar o parque de material trator da CP, satisfazendo as necessidades que então existiam no que dizia respeito ao tráfego tanto de passageiros como de mercadorias.
A locomotiva já se encontra no Museu Nacional Ferroviário, com o apoio da CP Carga.
in https://www.facebook.com/Fundacao.Museu.Nacional.Ferroviario

Nota: a locomotiva diesel 1805 viajou, na passada semana, de Contumil para o Entroncamento a reboque de um comboio de mercadorias. Espera-se que fique apta para o serviço em linha, de forma a efectuar comboios turisticos.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve XIII

Lisboa sem metro

É já a sexta greve, este ano, no Metro de Lisboa. Hoje não há composições a circular.

A circulação está suspensa desde as 23:20 e vai ser retomada só amanhã às 6:30.

Os trabalhadores contestam a subconcessão da empresa, decidida pelo Governo.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que a greve dos trabalhadores no Metropolitano de Lisboa confirma a "intolerância" e "incapacidade" do Governo para discutir com os sindicatos e resolver o problema.

"Esta greve confirma, mais uma vez, a intolerância e a incapacidade do Governo para se disponibilizar a discutir com os sindicatos a possibilidade de se resolver o problema", disse à agência Lusa Arménio Carlos.

Os funcionários do metro de Lisboa iniciaram hoje às 00:00 uma greve contra a subconcessão e a reestruturação da empresa.

O Metropolitano de Lisboa vai ter a circulação suspensa até às 06:30 de quarta-feira.

"Estamos a assistir a uma atitude prepotente do Governo, que procura a todo o custo passar esta empresa, que é estratégica para a própria cidade, para as mãos da iniciativa privada, pagando-lhe ainda para tomar conta da gestão", salientou o secretário-geral da central sindical.

A greve de hoje é a sexta greve realizada pelos trabalhadores este ano.

"É uma luta para defender os direitos dos trabalhadores, para defender os serviços públicos, a empresa pública, mas acima de tudo para defender o direito ao transporte social", concluiu Arménio Carlos.
in http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-05-26-Lisboa-sem-metro

---/---
... e é uma luta contra os passageiros, únicos prejudicados com esta forma de luta!

sábado, 2 de maio de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve XII

Greve dia 19 de Maio no Metro de Lisboa

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizam no próximo dia 19 uma greve de 24 horas.
 
A greve de 24 horas foi confirmada à Lusa por José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa têm levado a cabo vários tipos de luta, desde a realização de plenários e de marchas até greves, em luta contra a subconcessão da empresa.

De acordo com José Manuel Oliveira, "a greve do dia 19 vai substituir a do dia 12, porque o pré-aviso para a greve do dia 12 estava mal elaborado".

Nota: não deixa de ser caricato que, o sindicato que mais greves convoca, se tenha enganado no pré-aviso ....

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve XI

O Metropolitano de Lisboa e a rodoviária Carris vão fazer greves de 24 horas contra a subconcessão das empresas a 12 e a 14 de Maio, respetivamente, revelaram fontes sindicais.
A 12 de Maio o Metropolitano de Lisboa pára 24 horas em protesto contra a subconcessão da empresa prevista pelo Governo, revelou Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans). O Metropolitano agendou ainda outra greve, mas parcial, para a próxima terça-feira, entre as 06:30 e as 10:00.
Paulo Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores da Carris, confirmou que foi entregue um pré-aviso de greve de 24 horas para 14 de Maio, último dia para apresentação de propostas pelos interessados em concorrer à subconcessão da empresa. De acordo com o membro da CT da Carris, que já teve acesso ao caderno de encargos, de fora desta subconcessão ficam os eléctricos, os elevadores e os ascensores.
"O caderno de encargos é omisso em relação a esta matéria. Para já, pensamos nós que devem ficar no âmbito da Carris, que não vai desaparecer", disse, salientando o potencial turístico dos eléctricos e ascensores de Lisboa.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, anunciou no final de Fevereiro que a subconcessão das operações do Metro de Lisboa e da Carris deverá estar concluída até ao final de Julho. A Carris e o Metro têm uma administração comum desde o início do ano, que partilham ainda com a Transtejo/Soflusa, mas esta última ficou fora desta proposta de concessão.
in Económico

Actualização:
Os comboios do Metro de Lisboa poderão ficar paralisados durante a greve de terça-feira. Os serviços mínimos decretados não obrigam a circulação.
O Conselho Económico e Social (CES) decretou esta sexta-feira, 24 de Abril, serviços mínimos de segurança e manutenção para a greve parcial de terça-feira, 28 de Abril, dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa.

A decisão do tribunal arbitral do CES prevê que "serão assegurados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações", sendo que "tais serviços consistirão, concretamente, entre as 06:00 e as 09:30, na afetação, ao Posto de Comando Central, de três trabalhadores (um inspector de movimento, um encarregado de movimento e um encarregado de sala de comando e de energia)".

"Não serão fixados serviços mínimos relativamente à circulação das composições", lê-se na decisão divulgada no 'site' da CES.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizam na terça-feira uma greve parcial, entre as 06:30 e as 10:00.

Entretanto, hoje foi anunciada uma greve de 24 horas, contra a subconcessão da empresa, para 12 de Maio.

in Jornal de Negócios

quinta-feira, 23 de abril de 2015

“Comboio do Cante” entre Lisboa e a Ovibeja (02/05/2014)


A 32ª Ovibeja vai ser de homenagem ao Cante Alentejano sendo que, das mais de duas mil pessoas que vêm cantar à feira, mais de 600 vão chegar no “Comboio do Cante”.

Sob o lema “O Nosso Cante” vão ocorrer várias iniciativas durante todos os dias da feira, de 29 de Abril a 3 de Maio. O ponto alto da homenagem ao Cante acontece no dia 2 de Maio, sábado, em que vão entrar na Ovibeja mais de dois mil cantadores, de 105 grupos corais, para ecoarem em uníssono 5 modas. Os cantadores provenientes da zona da grande Lisboa vem no “Comboio do Cante” que vai transportar entre Lisboa e Beja mais de seis centenas de pessoas numa parceria entre a CP – Comboios de Portugal e a Comissão Organizadora da Ovibeja. O Comboio é fretado exclusivamente para o Cante na Ovibeja e parte da primeira estação, Lisboa Oriente, às 07h50, vai parando nas várias estações e tem chegada prevista a Beja por volta das 11h00.

O cante partilhado entre todos os homens e mulheres com raízes no Alentejo acontece às 16h00, no Pavilhão Multiusos, e tem como alinhamento “Alentejo, Alentejo”; “Dá-me uma gotinha de água”, “Ao passar a ribeirinha”, “Castelo de Beja”, e “Alentejo és nossa terra”.
in Praça da República
foto: google/flickr

Nota 1: uma carruagem Corail tem capacidade para 88 passageiros. Para transportar 600 passageiros são necessárias 7 carruagens.
Nota 2: O comboio tem partida marcada de Lisboa Oriente às 7:50, chegando a Casa Branca às 9:25. Aqui será efectuada a troca de locomotiva, estando a partida prevista para as 10:15. A chegada a Beja será às 11:08. 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Google vai filmar viagens em linhas férreas portuguesas


CARLOS CIPRIANO 21/04/2015 - 08:30

Depois dos caminhos-de-ferro transalpinos da Suíça, a linha do Douro será a primeira a ser filmada utilizando o conceito de Street View da Google. A viagem nas linhas de Cascais, do Norte e do Oeste também vai ser registada desta forma.

Ter a perspectiva que o maquinista do comboio sente ao ver a linha desfilar à sua frente, com a sucessão de curvas e contracurvas, as pontes, os túneis, as passagens de nível, as estações, as agulhas, vai ser possível, com imagens de grande resolução da Google, que vai aplicar o conceito de Street View ao ambiente ferroviário.

A empresa vai desenvolver em Portugal um projecto que ainda só teve uma primeira experiência nos caminhos-de-ferro suíços e que consiste em colocar uma câmara de 360 graus numa composição ferroviária e percorrer uma linha férrea de ponta a ponta, recolhendo as imagens tal como se estivesse na cabine da locomotiva. Imagens que, neste caso, serão até mais amplas porque, quer no Google Maps quer no Google Earth, os utilizadores poderão também ter uma perspectiva circundante da paisagem.

O projecto é um bom exemplo de cooperação entre empresas do sector ferroviário. A CP disponibiliza uma locomotiva, a CP Carga fornece um vagão onde será instalada a câmara e um operador, e a EMEF (empresa de manutenção da CP) procede à adaptação do material circulante e montagem do equipamento. A Refer, que também é parceira neste empreendimento, prescinde de cobrar a taxa de uso (portagem ferroviária) pela passagem deste estranho comboio pelas suas linhas.



A linha do Douro, entre o Porto e o Pocinho, será a primeira a ser percorrida, devendo as filmagens terem início na próxima quinta-feira, 23 de Abril. A linha de Cascais também está na lista, tendo em conta, também, o seu potencial turístico e enquadramento paisagístico. Mas o projecto incluiu ainda a linha do Norte e a linha do Oeste (entre Lisboa e Figueira da Foz e Coimbra).

No total das quatro linhas, serão mais de 700 quilómetros percorridos em 13 dias à vertiginosa velocidade de… 30 quilómetros por hora.

O projecto envolve a Google Polónia, Google Espanha, Google Suíça e Google Portugal. Técnicos estrangeiros desta empresa vão estar no Porto e na linha do Douro para dar formação e proceder à montagem do equipamento, decorrendo depois as filmagens por conta de pessoal da CP.

Pôr em circulação o “comboio da Google” não se tem revelado fácil devido à rígida regulamentação ferroviária, que não foi pensada para uma composição deste tipo. Por exemplo, o normal é que as locomotivas reboquem os vagões ou as carruagens, em vez de os empurrar. Mas neste caso os percursos terão de ser percorridos com um vagão empurrado por uma máquina, situação que obriga a autorizações especiais emanadas do Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Na Suíça, a solução encontrada foi também a colocação de um vagão à frente de uma locomotiva que percorreu os 130 quilómetros da Ferrovia Retica, umas das linhas de caminho-de-ferro mais espectaculares do mundo, na qual circulam os famoso comboio turístico Bernina Express. A Google registou em 360 graus a viagem por esta arrojada obra de engenharia através dos Alpes, com viadutos de cortar a respiração e túneis que rompem as montanhas para desembocar em pontes em curva que atravessam precipícios. Não é por acaso que esta via-férrea é considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

A extensão desta experiência à linha do Douro coloca o “train view” da Google também numa zona que é Património Mundial da Humanidade, podendo as imagens ser utilizadas na promoção do turismo da região. O mesmo poderá acontecer com a viagem entre o Cais do Sodré, em Lisboa, e Cascais, à beira rio e à beira mar.

Após as filmagens, será necessário esperar ainda três meses para que estas estejam disponíveis “online”, pois é necessário editá-las, eliminando rostos e matrículas de automóveis, para respeitar as políticas de privacidade.

Só depois será possível ao utilizador sentir-se maquinista de um comboio visualizando o percurso tal como se estivesse na cabine da locomotiva.

Esta experiência não é só apreciada pelos entusiastas dos caminhos-de-ferro. Na Alemanha é tão popular que os próprios caminhos-de-ferro dispõem de um canal de televisão – a Bahn TV – que mostra imagens de praticamente toda a rede ferroviária. Não são a 360 graus e resultam da simples instalação de uma câmara numa locomotiva, mas têm tido, ainda assim, um grande sucesso.

in jornal Público
foto: flickr via google

Actualização [23-Abril-2015]


Estação de S. Bento (23/04/2015) José Coelho / Lusa



CP reduz preço das viagens com transbordo (título do jornal Público)


Quer viajar de Coimbra para a Régua? De Lisboa para Portimão? De Leiria para o Porto? De Santarém para Vilar Formoso? Em qualquer destes percursos não há viagens directas, pelo que o passageiro é obrigado a fazer transbordo entre um comboio regional e um comboio de longo curso (Alfa ou Intercidades). Até agora a CP castigava os seus clientes obrigando-os a pagar o somatório das várias viagens como se, em cada transbordo, se iniciasse uma nova viagem. Isto penalizava quem tinha de apanhar mais do que um comboio, ao contrário das viagens que eram directas, tornando desinteressante o uso do transporte ferroviário.

A CP acordou para este problema e decidiu agora “lançar preços integrados nas deslocações envolvendo comboios longo curso com complemento de viagem em regional”, de acordo com fonte oficial da empresa. No novo tarifário a transportadora faz 65% de desconto no preço das viagens em comboios regionais que dão ligação aos Alfas ou Intercidades. Um desconto, porém, que é limitado a um máximo de 25% do valor final da viagem, mas que, ainda assim, permite agora viajar sobre carris a preços mais em conta.

Por exemplo, de Coimbra para a Régua paga-se agora 18,25 euros em vez dos 22,80 euros anterior. E de Lisboa para Portimão a viagem custa 21,25 euros em vez de 25,15 euros. De Viana do Castelo a Lisboa paga-se agora 26,80 euros (e não 31,40 euros) e de Santa Apolónia para o Pocinho a CP só cobra 29,95 euros em vez dos anteriores 37,45 euros.

A empresa assume que “prossegue a sua política de potenciar o efeito da rede do transporte ferroviário em Portugal” e diz que é “o único operador nacional de transporte de passageiros que reúne condições para proporcionar uma efectiva rede de serviços de viagem que se complementam ao longo do país”.

Trata-se de uma política que inverte a tendência das últimas décadas desde que, em 1998, durante o governo socialista de Guterres, o então presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, segmentou a CP em unidades de negócios que ficaram, como referiu, “a um passo da escritura”. Essas “mini CP” acabariam por nunca ser privatizadas, mas criou-se o hábito de trabalharem de costas voltadas, cada um com recursos próprios e com a gestão do seu negócio.

O resultado disso foi a perda de uma visão global da gestão da empresa e o fim do efeito de rede que é uma das principais vantagens do transporte ferroviário.

Curiosamente, é agora durante um governo PSD/CDS, com um presidente da CP, Manuel Queiró, próximo do CDS, que a empresa pública regressa ao caminho da integração. A transportadora já tinha juntado, em termos operacionais, o longo curso e o serviço regional e, há dois anos, criara tarifas mais baratas para viagens que implicassem apanhar o Alfa Pendular e o Intercidades.

O próximo passo para tirar partido do efeito da rede é a redução dos tempos de espera nos enlaces entre comboios. A empresa está a estudar melhores correspondências em Lisboa Oriente, Porto Campanhã, Coimbra, Tunes e Faro. O objectivo é que os clientes não tenham de esperar mais de meia hora para poder apanhar o comboio seguinte, reduzindo assim o tempo total das viagens.

A CP criou artificialmente “fronteiras” que não têm qualquer justificação técnica e que obrigam os passageiros a mudar de comboio. Uma é Aveiro, onde termina o serviço regional e os clientes têm de apanhar um suburbano para seguir para o Porto. O mesmo acontece em Nine (na linha do Minho) e em Caíde (na linha do Douro). Na Guarda os comboios da Beira Alta ficam-se por ali e já não seguem directos a Vilar Formoso. Nas Caldas da Rainha, a meio caminho entre Lisboa e Coimbra, a oferta da CP obriga a um transbordo que não se compreende. E Faro é fronteira entre o Sotavento e o Barlavento algarvio quando durante, mais de cem anos, os comboios iam directos de Vila Real de Santo António para Lagos. Setúbal e Barreiro ficaram sem comboios de longo curso e é preciso ir apanhá-los ao Pinhal Novo.

Estes transbordos desencorajam o uso do transporte ferroviário, mas a empresa, para já, só espera reduzir os tempos de espera em vez de os eliminar. 

in Público

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve X

Greve de sexta-feira no Metro de Lisboa foi suspensa
15 Abril 2015, 20:35 por Lusa

Os sindicatos representantes dos funcionários do Metropolitano de Lisboa decidiram suspender a greve de sexta-feira, depois de o tribunal arbitral do Conselho Económico e Social ter decretado serviços mínimos durante a paralisação.
"Verificámos que não existem condições para efectuar o transporte em segurança, motivo pelo qual suspendem a greve" da próxima sexta-feira, referem esta quarta-feira os sindicatos representantes dos funcionários, num comunicado enviado à agência Lusa.

O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou terça-feira serviços mínimos para a greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcada para sexta-feira.

No comunicado, os sindicatos, que estiveram reunidos hoje para analisar a decisão do tribunal arbitral, decidiram também realizar um Plenário Geral de Trabalhadores no dia 22 e marcar um novo período de greve para o dia 28.

Representam os funcionários do metro da capital portuguesa, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, Sindicatos dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano, Sindicatos dos Trabalhadores da Manutenção do Metropolitano de Lisboa e do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes.

Os sindicatos alertam também para "a curiosidade" de o tribunal arbitral do Conselho Económico Social "ser presidido por um juiz que faz parte integrante de um dos maiores escritórios de advogados, PLMJ, fundado por Miguel Júdice". "O referido escritório está contratado pela Administração do Metropolitano de Lisboa para assessorar o processo de subconcessão em curso", acusam os sindicatos.

No comunicado, os representantes dos funcionários do metro de Lisboa sublinham que ao tribunal arbitral se "exige imparcialidade".

Na terça-feira passada, o tribunal arbitral do CES decretou também serviços mínimos para as greves de dia 10 de Abril dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, bem como da rodoviária Carris, o que, no caso do Metropolitano de Lisboa, levou os sindicatos representativos dos trabalhadores a adiarem uma semana, para o dia 17 de Abril, a greve de 24 horas.

Na altura, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), explicou que o adiamento de uma semana estava relacionado com a falta de segurança devido à obrigatoriedade de serviços mínimos decretados pelo CES.

"As organizações sindicais do Metropolitano reuniram, ponderaram as questões que tinham nesta altura em cima da mesa e acharam que não estão reunidas as condições de segurança quer para os utentes quer para os trabalhadores", disse, então, a sindicalista.

Já em Novembro passado, o tribunal arbitral decretou, para uma outra greve do Metro, que deveria ser assegurada a circulação de um quarto das composições que habitualmente transportam passageiros.

Na altura, a Fectrans decidiu manter a greve, mas aconselhou os trabalhadores a cumprirem o horário de trabalho, de modo a garantirem a segurança dos utentes daquele transporte público.




Os sindicatos representativos dos trabalhadores do ML, que estiveram reunidos ontem, onde analisaram o último acórdão do CES, bem como os problemas concretos que se prendem com a restruturação em curso e o processo de privatização que o Governo quer a todo o custo concretizar, decidiram:
- Denunciar o facto de o acórdão - que deveria primar por uma total imparcialidade - ter sido proferido por um juiz presidente sócio de um dos maiores escritórios de advogados do país, PLMJ (cujo fundador é o Dr. Miguel Júdice), escritório esse que está contratado pelo CA do ML, para assessorar todo o processo de subconcessão em curso, (mesmo que nos venham dizer que não pertence a esta área de negócios, não poderão afirmar de certeza que não vai receber os lucros);

- Denunciar o facto de o acórdão contradizer a Constituição da República Portuguesa, permitindo excluir trabalhadores de exercer o direito à greve;

- Dar a palavra aos trabalhadores já no dia 22, para que possamos decidir futuras posições a tomar nesta reta final da nossa luta, de forma consequente e eficaz;

- Informar que no imediato temos um segundo momento de luta já marcado, para o próximo dia 28 (uma greve Parcial, cujo sorteio de árbitros está marcado já para amanhã);

- Por último suspender a greve do próximo dia 17, com o compromisso de todos os sindicatos que será a última vez que assumiremos a defesa da segurança em substituição dos responsáveis da empresa, e os que são permeáveis ao poder político e económico.

Nota: decisão do CES referente a serviços mínimos (25% de circulações em todas as linhas)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Banalização da Greve (Metropolitano de Lisboa e CP)


Greves estão a perder impacto, diz ex-líder da UGT

“Entendo que os sindicatos não deveriam declarar a greve pela greve e alguns fazem-no”, afirma João Proença em entrevista à Renascença. Muitas vezes, no dia seguinte, os trabalhadores sentem que “nada é diferente”.

O antigo secretário-geral da UGT João Proença considera que as greves começam a ser banalizadas e estão, por isso, a perder impacto. 

"As greves continuam a ser a forma de luta por excelência dos sindicatos, mas, de facto, foram perdendo o seu impacto perante a opinião pública e perante os governos", admite. 

"Às vezes, governos que até pretendem reduzir os custos na administração pública dá a ideia que vêem as greves com despreocupação e os trabalhadores perdem um dia de salário", acrescenta o assessor da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

João Proença defende, por isso, que os sindicatos "não deveriam declarar a greve pela greve". Parece que "não têm um objectivo concreto a atingir" e, assim, a luta não é tão forte como deveria ser. 

Nesta entrevista à Renascença, o antigo sindicalista diz ainda que a opinião pública é cada vez mais indiferente às greves, pelo que "os sindicatos têm de produzir as greves de uma maneira mais consequente". 

Quanto às greves gerais, já foi tempo em que foram bem sucedidas – "por exemplo, em 1988" – mas hoje "muitas vezes, não atingem os seus objectivos", que "pelo número de trabalhadores que adere", quer "por sentirem que, no dia seguinte, nada muda, nada é diferente". 

Apesar de tudo, acrescenta, é errado dizer-se que Portugal tem mais greves do que outros países. João Proença diz que até tem menos. A diferença é que estão concentradas no sector empresarial do Estado ou na função pública e afectam mais a população do que o empregador.

in RR

terça-feira, 7 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve IX


Metro de Lisboa vai ter 25% da operação garantida em dia de greve (10/04/2015)

Tribunal arbitral decidiu definir serviços mínimos para a paralisação agendada para sexta-feira, dia em que também a Carris será afectada por uma greve.

Na greve agendada para a próxima sexta-feira, dia 10 de Abril, a Metro de Lisboa terá pelo menos 25% da operação assegurada entre as 7h e as 21h, já que foi esta a fasquia que o tribunal arbitral definiu como obrigatória num acórdão publicado no site do Conselho Económico e Social.

“No período entre as 7h e as 21h devem ser asseguradas, em todas as estações e por cada período de uma hora de funcionamento, 25% das composições habitualmente afectas ao transporte de passageiros, devendo, se e quando o resultado da aplicação daquela percentagem seja inferior à unidade, ser assegurado um serviço de circulação”, lê-se no documento.

O acórdão remete para um anexo, da autoria da Metro de Lisboa, em que se define que serão necessários 155 trabalhadores para assegurar a operação obrigatória, quando, num dia normal, estariam ao serviço 519 pessoas.

O árbitro nomeado em representação dos trabalhadores assina uma declaração de voto de vencido, em que escreve que “o direito à greve […] será violado pela estipulação de serviços mínimos”.

Regra geral, as estações de metro têm encerrado quando há uma paralisação deste tipo. No acórdão do tribunal arbitral do CES relativo à última paralisação de 24 horas na empresa, a 22 de Dezembro, não foram definidos serviços mínimos relativamente à circulação de composições.

Desta vez será diferente, embora o facto de os trabalhadores da Carris também terem agendado uma greve para este dia vá causar mais perturbações do que o habitual, visto que o serviço desta empresa tem sido reforçado em dias de paralisação na Metro de Lisboa. A decisão do tribunal arbitral em relação à Carris ainda não é conhecida.

Esta paralisação conjunta foi convocada para contestar a aprovação da subconcessão das duas empresas. Um processo que também será alvo de fiscalização sucessiva por parte do Tribunal Constitucional, na sequência do pedido feito nesta segunda-feira pelo Partido Socialista. 

Nota: já no passado dia 27 de Fevereiro tinham sido decretados serviços mínimos ... a greve foi desconvocada.

------------//------------
Actualização (08/04/2015)
Alterada data da greve no metropolitano de Lisboa

Analisado o acórdão sobre serviços mínimos para o Metropolitano de Lisboa, as organizações responsáveis pela entrega do respectivo pré-aviso de greve, consideram que não estão garantidas as condições mínimas de segurança, no dia 10 de Abril, tendo em conta as características deste modo de transporte.
O acórdão estipula que têm que circular 25% das circulações, para transportar todos os utentes de um dia normal, colocando-os sem as condições mínimas de segurança em espaços limitados e sob o solo.
Lamentavelmente o governo, perante uma greve gera uma discussão sobre serviços mínimos, quando num acto responsável o que seria normal era a discussão de serviços máximos, através da negociação da resolução dos problemas que motivam as greves, mas este governo, com uma postura de quero, posso e mando, quer destruir o serviço público de transportes, para colocar as empresas ao serviço de interesses privados, com prejuízos para os utentes, para os trabalhadores e para o país.
Entretanto, a data da greve desta próxima sexta feira, foi alterada para o próximo dia 17.

Nota emitida pelas organizações de trabalhadores:
As Organizações Sindicais subscritoras do aviso prévio de greve do Metropolitano de Lisboa, EPE, referente ao dia 10 de Abril decidiram:
- Suspender a greve no Metropolitano do dia 10 de Abril, por entenderem não estarem reunidas as condições de transporte em segurança para os utentes e trabalhadores;
- Saudar a luta dos trabalhadores da Carris para a greve do mesmo dia; considerando-a um passo importante na luta contra a privatização;
- Lastimam que o Presidente do Conselho de Administração das referidas empresas utilize a Comunicação Social como veiculo de pressão sobre trabalhadores ao invés de tentar minimizar o conflito imposto pelo Governo e do qual é porta vós.
- Reafirmamos que continuamos disponíveis para encontrar as soluções, que permitam a resolução deste conflito.
P’ Sindicatos


in Fectrans



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Metro de Lisboa - Segurança I

Metro de Lisboa cancela sistema que custou 20 milhões em prol de dispositivo que funciona de forma «pontual»
 
Apesar da oposição dos pareceres internos e das recomendações europeias, a administração do Metropolitano de Lisboa terá optado por desmantelar um sistema de segurança e condução automática, o ATP/ATO (Automatic Train Protection/Automatic Train Operation), avaliado em 20 milhões de euros, em prol de um sistema já com 37 anos, o Dispositivo de Travagem Automática de VIA (DTAV).
 
A notícia é avançada na edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, com o diário a acrescentar que a decisão de retirar o sistema ATP/ATO das paredes e dos comboios que circulam na Linha Vermelha, que liga a estação de São Sebastião à do Aeroporto, ficou a dever-se à falta de disponibilidade da empresa em estendê-lo até à última estação da linha, recomendação que consta nos relatórios elaborados internamente.
Já sobre o sistema agora responsável pela segurança na Linha Vermelha, um técnico da empresa disse ao jornal que este funciona de forma «pontual» para casos de «excesso de velocidade», não se tendo mostrado eficaz, por exemplo, no momento em que um dos maquinistas embateu contra o paredão.
 
«O DATV é um controlo pontual para o excesso de velocidade. Mas não impediu a colisão, por exemplo, que aconteceu recentemente no Aeroporto e que deixou o comboio tipo acordeão. A empresa ocultou as imagens, porque o maquinista estava cansado e acelerou na saída da estação do aeroporto. Acabou por embater no paredão porque não havia nenhum sistema de travagem», relatou o técnico, não identificado, ao jornal.
in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=766506

--/--
Metropolitano de Lisboa garante que segurança está salvaguardada

O Metropolitano de Lisboa assegurou hoje que as condições de segurança dos utentes estão salvaguardadas, explicando que o sistema de segurança e condução foi desmantelado há cinco anos por estar "obsoleto" e exigir um investimento avultado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a propósito das notícias avançadas terça-feira sobre o desmantelamento pelo Metropolitano de Lisboa de um sistema de segurança e condução automática que custou 20 milhões de euros, contra pareceres internos, a empresa garantiu que a "segurança dos clientes e colaboradores está naturalmente salvaguardada".
"A empresa tem-se pautado sempre pelo cumprimento dos principais e mais exigentes padrões de segurança, pelo que lamenta as notícias publicadas", adianta o texto.
O Jornal de Notícias adiantou terça-feira que o Metropolitano de Lisboa mandou retirar um sistema inteiro de segurança e condução automática das composições, que dispensava a intervenção direta do condutor.
 
Este sistema (ATP/ATO -- Automatic Train Protection/Automatic Train OPeration) terá sido arrancado da Linha Vermelha (entre São Sebastião e o Aeroporto) porque a empresa não mostrou disponibilidade para estender o mecanismo às novas estações até ao aeroporto da Portela, como defendiam relatórios elaborados internamente.
O jornal destacou ter tido acesso a vários documentos, cedidos por fontes ligadas ao metro, nos quais se alertava para as questões de segurança e para o facto de esta estrutura de transportes estar a tornar-se obsoleta.
No comunicado de hoje, a empresa explicou que "o sistema ATP/ATO nunca atingiu a performance prevista, estava obsoleto e vinha dando muitos problemas de desenvolvimento, quando, há cerca de 5 anos, foi desativado".
"Por esse motivo, aliás, teve de ser desligado durante vários períodos antes de ser completamente desativado aquando do prolongamento da Linha vermelha ao Aeroporto e a S. Sebastião", acrescentou.
De acordo com a empresa, manter o sistema, que revelava ser tecnologicamente obsoleto, implicava um investimento adicional de 22 milhões de euros.
"A opção, na altura, recaiu na instalação de um sistema clássico de sinalização, tecnologicamente atualizado, semelhante ao das três outras linhas, as quais, aliás, apresentam uma carga diária de passageiros muito superior à da Linha Vermelha".
 
A empresa explica também em comunicado que a manutenção é realizada nas instalações do Metropolitano e envolve "pessoal técnico especializado e instalações e equipamentos adequados para a realização de todos os escalões e atividades".
 "Muito se estranha que tendo sido o sistema desativado há cerca de 5 anos, surja agora esta preocupação, com um sistema de segurança desativado e substituído por um sistema de segurança semelhante ao das três outras linhas", destacou ainda a empresa no comunicado.
Na terça-feira, a Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) defendeu que estão garantidas as condições de segurança na circulação do Metropolitano de Lisboa, apesar das "políticas de desorçamentação e desinvestimento" seguidas pela administração da empresa.
Lusa

in http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-04-01-Metropolitano-de-Lisboa-garante-que-seguranca-esta-salvaguardada

terça-feira, 31 de março de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve VIII

 
Carris marca greve para o mesmo dia do Metro
Protesto visa defender que a empresa se mantenha na esfera pública "porque acreditamos que servirá melhor os utentes", sublinha o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sérgio Monte.
Os trabalhadores da Carris vão efetuar uma greve de 24 horas a 10 de abril, no mesmo dia em que está marcada uma greve do Metropolitano de Lisboa, em protesto contra a subconcessão da transportadora, disse fonte sindical.
A paralisação, que se vai realizar entre as 00h00 e as 24h00 de dia 10 de abril, visa "protestar contra a subconcessão" e defender que a empresa se mantenha na esfera pública "porque acreditamos que servirá melhor os utentes", disse à agência Lusa o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sérgio Monte.
Na origem da greve está a publicação em Diário da República, na passada segunda-feira, do concurso público internacional da Carris e do Metropolitano de Lisboa, que estabelece que os candidatos têm até meados de maio para apresentar propostas.
De acordo com o anúncio, o critério de escolha para a adjudicação da subconcessão será o preço mais baixo apresentado pelos candidatos.
"Os sindicatos e as comissões de trabalhadores não foram minimamente tidos nem achados neste processo, que foi também feito à margem dos trabalhadores", criticou o sindicalista Sérgio Monte.
Na semana passada, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) anunciou um pré-aviso de greve de 24 horas para sexta-feira, 10 de abril, "em defesa da empresa pública, contra a privatização" do Metro de Lisboa. A realizar-se, esta será a quarta greve no Metropolitano deste ano.
Questionado se a convocação da greve dos trabalhadores da Carris está relacionada com o pré-aviso dos funcionários do Metropolitano, Sérgio Monte explicou que "não houve articulação com o Metro" (a), mas "como o anúncio do concurso [de subconcessão] saiu em simultâneo, achámos que seria mais fácil mobilizar os trabalhadores".
O responsável deu ainda conta de "algum receio e algum pânico" junto dos trabalhadores da Carris, sendo que "já existem movimentações na empresa de diretores a dizerem quem são os trabalhadores que ficam e os que não ficam".
Para além disso, "põe-se a hipótese de despedimento coletivo", afirmou.
A Câmara de Lisboa, de maioria socialista, aprovou na passada terça-feira uma moção para mandatar o presidente do município, António Costa, a "intentar todas as ações judiciais ou arbitrais, incluindo procedimentos cautelares, que se revelem necessárias à defesa dos interesses do município de Lisboa em matéria de gestão das redes de transportes públicos urbanos".
Sobre esta questão, Sérgio Monte considerou que "se a Câmara estivesse diretamente envolvida [na gestão dos transportes na cidade] poderia melhorar" questões como a alteração de paragens, que tem de ser feita através de requerimentos ao município.
O sindicalista exemplificou que em Paris é à autarquia que cabe a gestão dos transportes na cidade e é "só copiar" esse modelo.
Relativamente aos serviços mínimos, ainda não estão previstos e terão de ser decretados pelo Tribunal Arbitral já que o sindicato não chegou a acordo com o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, contou Sérgio Monte.
Questionada pela agência Lusa, a Carris confirmou que recebeu o pré-aviso de greve.

in http://expresso.sapo.pt/carris-marca-greve-para-o-mesmo-dia-do-metro=f917762

--/--
(a)
A FECTRANS e o STRUP, enquanto estruturas da CGTP-IN na Carris, têm mantido desde há muito uma atitude sistemática de procura de entendimento entre as várias ORT's na empresa, (através de vários convites para reunião destas estruturas), que permitam a conjugação de posições, para de forma eficaz criar as condições para UNIR TODOS OS TRABALHADORES no processo de defesa dos seus postos de trabalho e do Acordo de Empresa e lutar contra a razão que os mete em causa a privatização/concessão da empresa, cujo concurso foi lançado na passada segunda-feira.

in http://www.fectrans.pt/index.php/sectores/rodoviario-urbano/1021-unir-contra-a-concessao-privatização
Comunicado aos trabalhadores da Carris: http://www.fectrans.pt/images/informacao/comunicados/Carris_01_2015.pdf

--/--

Com o anúncio da abertura do concurso para a subconcessão/privatização da Metro e da Carris, a luta entrou numa nova fase e, nesse sentido, para além do Encontro de Representantes dos Trabalhadores do Metro, Carris, Transtejo e Soflusa, as organizações de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, na execução do mandato recebido, entregaram um pré-aviso de greve, de 24 horas, para o dia 10 de Abril, numa luta em defesa da empresa pública, contra a privatização.


Nota do autor deste espaço: houve ou não articulalão entre sindicatos do Metro e da Carris? Obviamente que houve .... basta ler com atenção o que está no site da FECTRANS e no comunicado aos trabalhadores da Carris.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Metro de Lisboa - Sempre em Greve VII

Depois da greve de dia 24 ....




Mas afinal ....

Depois da greve de ontem, que paralisou, novamente, toda a actividade da empresa, as organizações representativas dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, decidiram o adiamento da greve de dia 27 de Fevereiro, para os dias 16 e 18 de Março, esperando que a reunião de dia 6 de Março, com os representantes da empresa seja produtiva e evite futuros conflitos.
O comunicado tem o seguinte teor:
Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa bem como a CT, reuniram ontem no final do período de greve referente às áreas operacionais, em Calvanas, analisaram o quadro social existente e decidiram:
Saudar em primeiro lugar mais uma grande jornada de luta, onde a esmagadora maioria dos trabalhadores reafirmou a sua determinação e coragem respeitando democraticamente as decisões tomadas no último plenário geral de Trabalhadores;

Reafirmar a unidade na ação de todas as organizações, no respeito pelas diferenças, mas tendo como principal objetivo a direção de uma luta que embora já longa tem defendido os interesses dos Trabalhadores;

Analisar a reunião que decorreu no passado dia 19 (cujo resultado já demos nota em comunicado) e da qual ficou marcada nova reunião para concretizar as respostas a todos os problemas por nós elencados para o próximo dia 6 de Março pelas 10h30 no PMO III.

Desconvocar a greve do próximo dia 27, adiando este período de luta, para os próximos dias 16 e 18 de Março, nos mesmos moldes da que ontem realizamos.

Acreditamos ser esta a demonstração inequívoca de que a resolução de todos os problemas é da total responsabilidade do CA, e que depende da reunião de dia 6, o evitar não só estes períodos de greve, mas também o agudizar da mesma.Neste sentido as ORT´s procederão à entrega do aviso prévio de greve na próxima sexta-feira no período da manhã.À tentativa de promoção de desmobilização de forma ideológica e baseada em falsidades a resposta é a Inteligência dos Trabalhadores.Não nos deixemos dividir, todos e cada um de nós é determinante para o êxito da nossa luta!


in www.fectrans.pt




terça-feira, 27 de janeiro de 2015

CP põe material circulante à venda, mas continua a alugar em Espanha (artigo do jornal Público 27/01/2015)

A CP tem à venda material diesel com o qual espera obter receitas de 7,7 milhões de euros. A lista consta do site da Ozark Moutain Railcar, uma empresa com sede no Texas, com a qual a transportadora ferroviária tem um acordo para a venda destes comboios. A empresa continua, no entanto, a alugar automotoras à espanhola Renfe. Ao todo estão à venda 26 locomotivas, 30 carruagens e 15 automotoras UTD (Unidades Triplas Diesel) num total de 101 veículos ferroviários.

"Não existe um contrato com a Ozark Mountain Railcar, mas sim um acordo que permite a essa empresa promover a intenção de venda de material circulante da CP”, disse ao PÚBLICO fonte oficial da empresa, que explicou que esse acordo não tem quaisquer custos para a CP “uma vez que é estipulado o preço que esta empresa pretende receber e a Ozark adiciona ao mesmo a sua comissão”.

Trata-se de uma situação diferente da que ocorreu há três anos quando uma empresa sedeada em Singapura pôs à venda 11 automotoras da CP sem que esta soubesse. O anúncio acabou por ser removido do site do broker depois de o PÚBLICO ter questionado a transportadora pública sobre aquela alegada venda.

Agora, a venda é oficial, explicando a CP que este material não é necessário à operação e admitindo ainda vir a alienar mais carruagens, locomotivas e automotoras a diesel que estão fora de serviço. Parte deste material foi reabilitado nas oficinas da EMEF para ser vendido para a Argentina, mas acabou por não embarcar porque o cliente não pagou. Está todo em estado de funcionamento.

Os comboios podem ser eléctricos ou a diesel e a CP sublinha que “nenhum deste material a motor [colocado à venda] é de tracção eléctrica”. Contudo, é precisamente a frota de material eléctrico da CP que é – actualmente – excedentária. Na frota diesel, a empresa tem grandes carências, o que a levou a alugar 17 automotoras à sua congénere espanhola Renfe em 2010.

A CP não quis divulgar quanto paga aos espanhóis pelo aluguer deste material, apesar de, após queixa do PÚBLICO, a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos ter deliberado que essa informação deveria ser pública. Um tribunal de primeira instância condenou também a CP a fornecer ao PÚBLICO os documentos relativos a esse negócio, mas a empresa recorreu com base em questões de natureza processual.

A maioria dos 101 veículos postos à venda está em estado de circulação. São velhos e têm custos de manutenção bastante elevados, razão pela qual a empresa os retirou da operação. Têm ainda a agravante de não ter ar condicionado, que a CP considera hoje em dia fundamental em todos os seus serviços.

No caso da linha do Douro, onde grande parte da procura é por motivos turísticos, as “novas” automotoras não permitem abrir as janelas e desfrutar da paisagem. E, como andam constantemente grafitadas, há passageiros que nem sequer conseguem ver através dos vidros, situação que não se verificaria se as janelas se abrissem.

Por outro lado, as automotoras alugadas (em serviço no Douro e no Minho) também são velhas e já nem sequer circulavam na rede espanhola. Ou seja, a CP tem à venda material que retirou do serviço, mas aluga material que a Renfe também já tinham retirado de circulação.

A CP nunca fez as contas entre os custos de utilizar o seu próprio material envelhecido e os custos do aluguer das automotoras espanholas. Por uma razão simples: o primeiro aluguer, que foi feito em 2010, deveria durar apenas cinco anos, tempo suficiente para a Refer electrificar as principais linhas da rede ferroviária nacional onde ainda se circula a diesel. Só que os investimentos não avançaram e a CP acabou por ter de prolongar o aluguer.

Em Março do ano passado, assinou um novo contrato com a Renfe, no qual acrescenta mais três composições, passando a 20 o total de automotoras alugadas. A situação actual é, assim, o resultado de actos de gestão que são planos de contingência, aos quais se seguem outros planos de contingência porque as soluções são, à partida, provisórias.

in Jornal Público

Nota: Pelo que sei, estão à venda as locomotivas diesel a série 1550, algumas carruagens Sorefame nao remodeladas e as automotoras da série 600/650.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Linha de Cascais - EMEF Oeiras (artigo do jornal Público 25/01/2015)

Viagem ao "hospital" que trata os velhinhos comboios de Cascais
CARLOS CIPRIANO 25/01/2015 - 08:33
Nas oficinas da EMEF em Oeiras tenta-se manter comboios já com muitos anos de percurso em cima dos carris. Há motores dos anos 60 e carruagens cuja estrutura data de 1926.

“Não é por acaso que numa oficina de comboios eléctricos temos 20 mecânicos e 10 electricistas. A grande componente disto é mecânica”. O desabafo é de José Rola, responsável pelas oficinas da EMEF de Oeiras, onde é feita a reparação e manutenção dos comboios da linha de Cascais, uma das frotas mais antigas da CP.

Há carruagens cuja estrutura data de 1926. E os motores mais recentes são de 1979. A maioria é dos anos 60 e têm problemas, não só porque são velhos, mas porque foram feitos para funcionar com uma cadeia de tracção que não é a actual. É que nos anos 90 os comboios da linha de Cascais foram alvo de uma remodelação que os dotou de ar condicionado, melhores assentos, novas cabines de condução e um design mais moderno.

Mas estruturalmente pouco ou nada mudaram. E mesmo a nova cadeia de tracção introduzida trouxe problemas porque, como explica José Rola, “alterou-se o contexto em que o motor está a funcionar e isso provoca-lhe uma sobrecarga”. Daí o elevado número de avarias.

“Ainda não encontrámos a solução. É um dos pontos fracos”, reconhece este engenheiro, responsável também pelas oficinas da EMEF de Campolide, Santa Apolónia, Barreiro, Poceirão e Vila Real de Santo António. A empresa tem uma parceria com a Faculdade de Engenharia do Porto, que está à procura de soluções para minimizar estes problemas na tracção dos comboios.

São 37 as pessoas que trabalham nas oficinas de Oeiras, de segunda a sexta-feira entre as 8h00 e as 17h00. Há ainda um turno em que um electricista e um mecânico se deslocam, da meia-noite às 8h00, ao parque de material de Carcavelos para fazerem pequenas reparações nos comboios que ali ficam estacionados.

José Rola admite que seria desejável terem turnos durante a noite em Oeiras para responder a alguns picos de trabalho, mas diz que basta uma carrinha ir descarregar material fora de horas para terem a PSP à porta a dizer que os vizinhos se queixam do barulho. Não é fácil ter uma oficina no centro de uma cidade, apesar de, tradicionalmente, estas instalações serem fabris há muitos anos pois ali funcionou a antiga Fundição de Oeiras.

Toda a manutenção dos 30 comboios que circulam na linha de Cascais é difícil. Até nos próprios bogies (rodados), que têm uma tipologia muito antiga, o que obriga ao uso de mão de obra intensiva e a uma elevada componente mecânica. Comparada com a manutenção dos outros comboios eléctricos da CP, não há dúvida que esta frota é a mais cara de manter e a que tem mais avarias.

Em 8 de Fevereiro de 2013 dois destes comboios descarrilaram em Algés e Caxias. Não houve feridos. O relatório concluiu que a ruptura do veio motor de um dos rodados “esteve na origem e na cadeia de eventos que conduziram a dois descarrilamentos”.

José Rola explica que a EMEF aprendeu com estes acidentes e que isto não voltará a repetir-se. A empresa está a proceder à substituição dos veios mais antigos e reduziu o espaçamento com que este material era inspeccionado através de ultra-sons para verificar se existe alguma fissura. “Não é suposto voltar a acontecer mais acidentes destes. Risco zero não existe, mas é muito próximo disto que estamos a trabalhar”, diz.

A média de idades do pessoal de Oeiras é de 48 anos. Há décadas que ouvem dizer que o fim deste material – que conhecem como a palma das suas mãos – está para breve porque em breve a linha de Cascais vai ser modernizada e virão aí comboios novos. Cada nova grande reparação avizinha-se como sendo a última porque não há Governo que não prometa uma solução nova para este material envelhecido.

Mas os sucessivos planos de contingência e upgrades para manter o material sobre os carris não parecem desmotivar os mecânicos e electricistas que aqui trabalham. “As pessoas vivem isto como se fosse a sua segunda casa e a sua segunda família. Não tenho dúvidas sobre a sua vontade e dedicação”, diz o engenheiro chefe.

Diariamente a EMEF disponibiliza à CP 26 comboios, mantendo quatro em oficina. Trata-se de um rácio pesado. Por exemplo, a Fertagus, que tem comboios novos, possui 17 em operação e um em oficina. Mas aqui a provecta idade deste material obriga a estas imobilizações, que por vezes aumentam quando há avarias ou actos de vandalismo.

“Ainda na semana passada partiram-nos uns vidros e lá tivemos que suprimir comboios porque a composição não pode prosseguir”, diz José Rola. O vandalismo é, aliás, um dos motivos que complica a manutenção da frota e que leva a que o pessoal da EMEF de Oeiras se desloque, por vezes, ao Cais de Sodré e a Cascais para procederem, nas extremidades da linha, a pequenas reparações.

Uma pedra que parte um vidro é o suficiente para que um comboio fique imobilizado. O que significa que a rotação seguinte não pode ser feita e, de uma assentada, se suprimam vários comboios. Os efeitos do vandalismo têm aumentado tanto que a EMEF passou a fazer uma contabilidade analítica que especifica ao seu cliente CP quais as reparações por motivo de avaria e quais as que foram provocadas por distúrbios.

E há também um problema - comum a toda a rede da CP - que são os suicídios na linha. Por recomendação da Organização Mundial da Saúde, nem a empresa nem a comunicação social noticiam estes casos por causa do efeito de réplica. Por isso apenas é comunicado que houve um “incidente técnico”. Mas o resultado é sempre o mesmo: centenas ou milhares de passageiros furibundos atribuem a culpa à CP.

E também não é só o operador o único responsável pelo desconforto dos comboios desta linha. É certo que os solavancos, as trepidações e as vibrações se devem ao facto de o material ser velho.

Mas não só. Também a infra-estrutura não é nova.

A linha de Cascais está igualmente envelhecida, a precisar de uma renovação profunda que remova carris, travessas e brita, substitua o próprio leito de via e sobre ela assente uma nova infra-estrutura no qual os comboios deslizem suavemente sem que os passageiros sintam qualquer incómodo.

Mas até lá uma linha velha faz aumentar os factores de stress sobre o material. “Toda a fadiga induzida sobre os veículos seria reduzida se tivéssemos uma linha nova”, conta José Rola. “Ainda no sábado passado teve que se interromper a circulação porque se descobriu um carril partido que teve de ser soldado”.

Os problemas na infra-estrutura são da responsabilidade da Refer. A EMEF apenas repara e mantém os comboios. E a CP trata da exploração. Mas as três são empresas públicas sob a mesma tutela. O governo, que tem vindo a anunciar a concessão da linha de Cascais, ainda não definiu se esta será feita só na operação ou se envolve a linha como um todo.

“Não consigo separar o binómio roda-carril”, diz o responsável. “Se a linha for velha e os comboios forem novos, é difícil garantir boa comodidade. E o mesmo acontece se a linha for nova e os comboios forem velhos”. Pior mesmo é serem ambos – linha e comboios – velhos.

Complexidade técnica atrasa concessão
O governo anunciou em 2011 a concessão da linha de Cascais, naquilo que seria uma experiência-piloto para replicar noutras linhas suburbanas. Mas agora, em fim de mandato, nem os cadernos de encargos estão preparados nem o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou ainda qual o modelo - de entre os vários possíveis - escolhido para a privatização da linha.

Os candidatos à concessão terão de investir na infra-estrutura ou isso caberá ao Estado? Terão de comprar comboios novos ou usarão os velhos? Usarão outros comboios da CP? Em que condições? E como se processa a passagem do sistema de alimentação em 1500 volts em corrente contínua para os 25000 volts em corrente alterna? E quem pagará as alterações nas plataformas se outros comboios da CP/Lisboa vierem para Cascais? E com que horários, visto que não há composições que cheguem para assegurar a oferta actual?

Questões que parecem ter enredado a tutela e que conduziram a sucessivos adiamentos. Para já, o governo decidiu que, em vez de ser a CP a concedente, será a futura empresa Infraestruturas de Portugal, que reúne a Refer com a Estradas de Portugal a gerir o concurso público. O dossier está agora nas mãos de António Ramalho.

Até que algo se decida, o processo decorra e a linha de Cascais venha um dia a ser gerida por um concessionário, os 34 operários da EMEF em Oeiras vão continuar a manter os 30 comboios em serviço nesta linha, procurando que todos os dias os passageiros possam continuar a viajar, desconfortáveis, mas seguros.


in Jornal Público