Em 2014 comemora-se o 100º aniversário do desaparecimento do que se pode
considerar os primórdios do metro de superfície da cidade do Porto. Ficou
popularmente conhecida como "A Maquina".
"A “máquina” na rua de N.ª Sr.ª da Luz na Foz do Douro"
A linha, que ligava a rotunda da Boavista a Matosinhos, foi inaugurada em
1878 era explorada pela Companhia dos Carris de Ferro do Porto.
A máquina, movida pela energia do carvão e água - vapor - rebocava duas ou
três carruagens de passageiros.
Partia da rotunda da Boavista, seguindo pela avenida com o mesmo nome até
sensivelmente à Fonte do Moura, onde flectia à esquerda, pela actual Rua
Correia de Sá. No cruzamento com a rua de Tânger, existia um viaduto, cujos vestígios
são hoje ainda visíveis, num dos lados desta artéria.
No seu trajecto em direcção á foz, a Máquina cruzava os Campos da Ervilha.
Aqui decorreram algumas das principais batalhas do Cerco do Porto, disputa
entre liberais e absolutistas, que durou entre Julho de 1832 e Agosto de 1833.
Dos Campos da Ervilha, a linha seguia em direcção à foz do Douro, cruzando
terrenos destinados à futura Av. D. Pedro IV.
Junto à Foz do Douro a Maquina tinha a sua principal paragem, no Largo de
Cadouços, onde existia uma toma de água, destinada a alimentar A Máquina.
"“A Máquina a Vapor da C.C.F.P.” - Colecção Particular /Museu do Carro Eléctrico.
Cf. MARTINS, Fernando Pinheiro, O Carro Eléctrico na Cidade do Porto –Dissertação de Mestrado- FEUP 2007"
Daqui, o seu percurso para Matosinhos seguia pela Rua do Túnel, um dos vestígios mais importantes desta linha ferroviária.
Este túnel foi construído por baixo do monte da Sra. da Luz, onde outrora existiu um importante farol para a nevegação.
A linha prosseguia pela Rua de Gondarém, passando pelo Castelo do Queijo em direcção à actual Rua Brito Capelo, onde terminava, na margem do Rio Leça.
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