domingo, 20 de janeiro de 2013

Linha da Beira Baixa - que futuro? (II)


Por diversas vezes falei aqui dos IC's da Beira-Baixa, essa nódoa no serviço Longo Curso da CP.
Quando as obras de electrificação do troço Castelo Branco - Covilhã arrancaram, chegou a pensar-se que o serviço IC iria de facto melhorar. No entanto a realidade foi bem diferente. Nem a diminuição em 15 minutos do tempo de percurso entre Lisboa e a Covilhã conseguiu inverter a tendência de "fuga de passageiros".
A introdução de portagens na A23 poderia ter sido uma "oportunidade para o caminho de ferro". A resposta da CP foi a degradação do serviço com a introdução de UTE's em substituição das composições de máquina e carruagem.
As UTE's são mais barulhentas, menos confortáveis, só dispõem de 2 WC's e não permitem velocidades acima de 120km/h.
Sendo assim, ninguém fica admirado quando se comprova a diminuição do número de passageiros no serviço IC:
2009 - 288.496
2010 - 277.138
2011 - 254.801
2012 - 225.459 (valor estimado)
fonte: Jornal do Fundão (17/01/2013)

Em contrapartida, o número de passageiros a viajar de autocarro aumentou - de 154.018 em 2011 para  178.123 em 2012 (mais 24.105 passageiros). Este aumento é consequência directa da degradação do serviço IC e também das constantes greves dos trabalhadores da CP. Recordo que estes estiveram em greve na Páscoa e Natal, bem como em feriados que movimentam muitos passageiros, como o dia 01 de Novembro.

Então, o que pode ser feito para aumentar o número de passageiros a viajar na Linha da Beira Baixa?
a) potenciar o conforto e a rapidez através da melhoria dos serviço e da oferta de serviços complemantares, como serviço de bar, Wi-Fi ou disponibilização de tomadas para alimentação de computadores
b) concluir a modernização do troço Covilhã-Guarda, onde já foram gastos muitos milhões de euros, sem que se rentabilize este investimento
c) potenciar a mobilidade entre a Beira Interior e a cidade de Coimbra, serviço onde o comboio pode ser bastante mais rápido que o autocarro ou o automovel

A modernização do troço Covilhã-Guarda beneficiaria também a transporte de mercadorias de e para Espanha, visto que a distância percorrida entre Guarda e Entroncamento via Beira Alta é superior à percorrida via Beira Baixa. Afinal o que teria acontecido se o recente desabamento de pedras ocorrido algures na Beira Alta tivesse interrompido a circulação por alguns dias?

Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.


2 comentários:

  1. Boa noite! Descobri este blog por estar nomeado para Blogue do ano 2012 e achei interessante o post ser sobre a linha onde andei vezes e vezes sem conta durante 7 anos a fio. De todas as linhas é uma das mais bonitas, sempre ao longo do Tejo, com vistas magníficas, depois nas planícies da Beira Baixa que adquirem cores lindas na Primavera. Sempre preferi o comboio exactamente por ser confortável e rápido. Entretanto passei a ir a casa dos pais de carro com mais 4 pessoas. Compensa por causa de as despesas serem divididas a meio e porque vamos pelas nacionais. Mas houve um dia em que fui nos novos comboios, diferentes por fora e desconfortabilíssimos por dentro. parece que maquilharam um bocadinho aqueles regionais que iam para Castelo Branco aquando da electrificação do troço CB-Covilhã e os que iam para Tomar de Lisboa. E realmente revejo-me nestes comentários. Se tiver de ir sozinha à terra, prefiro esperar mais um fim-de-semana e ir acompanhada... Aquelas "vending machines" arrepiaram-me quando as vi. Eu fiquei abismada quando não vi a carruagem bar... e não tem cortinas. Enfim... adoro andar de comboio, mas assim, com a degradação do serviço não me vão ver lá tão cedo...

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  2. de facto o distrito de coimbra esta a degradar-se um pouco onde esta a cidade do saber.
    Esta cidade tem que ser resegenarada um pouco mais.
    entre outras cidades em portugal exemplo distrito de leiria a populacao aumentou 3 vezes mais derivado a novas infro-estruturacao.

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