Relatório preliminar - factos: No dia 21 de Janeiro de 2013 cerca das 21h11 o comboio regional nº 4523, constituído pelas UTE's 2257 e 2294, ultrapassou o sinal S1 da estação de Alfarelos na posição de fechado, em cerca de 200 metros. Quando se encontrava parado a aguardar instruções do CCO de Lisboa, embateu na sua retaguarda o comboio intercidades nº 529.
Relatório preliminar - factos apurados: o sinal de cantonamento permissivo que antecede o sinal S1 estava amarelo fixo; o sinal S1 estava na posição de fechado, tendo sido ultrapassado pelo comboio regional em 269 metros; o maquinista deste comboio contactou o CCO de Lisboa e ficou a aguardar instruções; o comboio intercidades ultrapassou o sinal de cantonamento permissivo que antecede o sinal S1 com amarelo fixo; o sinal S1 estava na posição de fechado, tendo também sido indevidamente ultrapassado pelo comboio intercidades.
O relatório conclui que existiu falta de aderência entre os rodados dos comboios e o carril. Conclui também que não houve erro humano.
O relatório preliminar pode ser consultado no site do IMTT ou da REFER.
Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
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Este incidente vem atrasar ainda mais a reposição da circulação ferroviária na Linha do Norte.
Segundo informação da REFER, neste momento não existe previsão para o restabelecimento da circulação entre Coimbra e Pombal.
Recordo que entre estas duas estações, a CP está a efectuar transbordo rodoviário para os serviços de Longo Curso.
Entretanto o jornal Público, na sua edição on-line avança com as possíveis causas para o acidente:
"O acidente ocorreu pelas 21h15 num momento em que o trânsito ferroviário decorria normalmente na linha do Norte. O regional saíra do Entroncamento às 19h55 e deveria chegar a Coimbra às 21h51. Como é habitual, na estação de Alfarelos este deve entrar para uma linha desviada por forma a ser ultrapassado pelo Intercidades Lisboa-Porto, que é um comboio mais rápido.
Este tinha saído de Santa Apolónia às 19h30 e era esperado em Campanhã às 22h39. A passagem por Alfarelos, onde o Intercidades não efectua paragem, ocorre às 21h17 e se tudo tivesse corrido bem, teria passado pela estação à velocidade regulamentar de 120 quilómetros por hora.
Mas tudo falhou. A começar pelo comboio regional. Este deveria ter parado à entrada da estação, diante do sinal vermelho, para que lhe fizessem a agulha para a via desviada. Mas o maquinista não conseguiu segurar a composição e esta "escorregou" para além do sinal, vindo a imobilizar-se uns metros mais à frente.
Nestas circunstâncias, o regulamento prevê que a composição recue para depois entrar pelo caminho certo na linha que lhe está destinada. Enquanto isso, são accionados automaticamente sinais de restrição para o comboio que vem atrás por forma a que este reduza a velocidade e, se necessário, pare até ficar a via livre. O filme dos acontecimentos mostra que o Intercidades para o Porto não parou ao sinal vermelho e embateu no regional.
Nos momentos de aflição vividos na cabina da locomotiva, o maquinista deu-se conta que não conseguia segurar o comboio porque este não lhe obedecia. Como a velocidade excedia a permitida pela sinalização na linha, o Convel terá actuado de imediato, mas até este sistema automático - que faz imobilizar a composição no mais curto espaço de tempo -, não foi eficaz. Ao maquinista não lhe restou outra alternativa a não ser atirar-se para o chão da cabine, o que lhe terá salvo a vida.
Se se confirmar que a sinalização de via e o Convel estavam a funcionar correctamente e que o próprio sistema de frenagem do Intercidades não tinha problemas, uma das causas do acidente poderá estar na falta de aderência dos carris. Acresce que a aproximação a Alfarelos é feita desde Vila Nova de Anços sempre em descida, por vezes com uma inclinação acentuada." fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/queda-de-grua-atrasa-remocao-de-comboios-que-colidiram-em-alfarelos-1581761#/0
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A colisão entre dois comboios ocorrida esta noite (21/01/2013) na estação de Alfarelos (Granja do Ulmeiro) provocou 21 feridos ligeiros. O comboio proveniente de Lisboa que realizava o serviço Intercidades colidiu na traseira de um comboio regional proveniente do Entroncamento, com destino a Coimbra.
No acidente estiveram envolvidas a UTE 2294, que circulava à cauda do comboio regional e a locomotiva eléctrica 5613.
As imagens seguintes ilustram este aparatoso acidente que felizmente não fez vitimas mortais.
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As UTE's são mais barulhentas, menos confortáveis, só dispõem de 2 WC's e não permitem velocidades acima de 120km/h.
Sendo assim, ninguém fica admirado quando se comprova a diminuição do número de passageiros no serviço IC:
2009 - 288.496
2010 - 277.138
2011 - 254.801
2012 - 225.459 (valor estimado)
fonte: Jornal do Fundão (17/01/2013)
Em contrapartida, o número de passageiros a viajar de autocarro aumentou - de 154.018 em 2011 para 178.123 em 2012 (mais 24.105 passageiros). Este aumento é consequência directa da degradação do serviço IC e também das constantes greves dos trabalhadores da CP. Recordo que estes estiveram em greve na Páscoa e Natal, bem como em feriados que movimentam muitos passageiros, como o dia 01 de Novembro.
Então, o que pode ser feito para aumentar o número de passageiros a viajar na Linha da Beira Baixa?
a) potenciar o conforto e a rapidez através da melhoria dos serviço e da oferta de serviços complemantares, como serviço de bar, Wi-Fi ou disponibilização de tomadas para alimentação de computadores
b) concluir a modernização do troço Covilhã-Guarda, onde já foram gastos muitos milhões de euros, sem que se rentabilize este investimento
A modernização do troço Covilhã-Guarda beneficiaria também a transporte de mercadorias de e para Espanha, visto que a distância percorrida entre Guarda e Entroncamento via Beira Alta é superior à percorrida via Beira Baixa. Afinal o que teria acontecido se o recente desabamento de pedras ocorrido algures na Beira Alta tivesse interrompido a circulação por alguns dias?
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A Linha do Sabor era uma linha ferroviária que ligava a estação do Pocinho [Linha do Douro] à
cidade de Miranda do Douro (a estação foi construída em Duas Igrejas), passando por Torre de Moncorvo e Mogadouro. Os
105 km da linha ficaram concluídos em Maio de 1938, tendo
existido circulação em toda a sua extensão até Janeiro de 1989. O serviço de passageiros terminou 3 anos antes, tendo ficado a linha dedicada apenas a serviço de mercadorias.
O troço Pocinho a Carviçais foi inaugurado em 1911, sendo que a ponte sobre o rio Douro ficou concluída em 1909. Esta ponte foi construída com dois tabuleiros - um ferroviário e outro rodoviário. Até à construção da barragem do Pocinho, serviu de ligação entre os distritos da Guarda e Bragança.
fonte: http://www.panoramio.com/photo/77797654
Em 1975 existiam 4 ligações em cada sentido, sendo que uma delas era o "misto", comboio composto por carruagens de passageiros e vagões de mercadorias a granel.
O percurso entre o Pocinho e Duas Igrejas (105 km) demorava cerca de 3h30m.
Em 1980, já só existiam dois comboios em cada sentido. Nesta altura existiam 3 circulações rodoviárias "alternativas" ao comboio, demorando o autocarro menos 30 minutos que o comboio.
As imagens
seguintes ilustram o ambiente ferroviário das estações e apeadeiros
desta magnifica linha.
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