Quer viajar de Coimbra para a Régua? De Lisboa para Portimão? De Leiria para o Porto? De Santarém para Vilar Formoso? Em qualquer destes percursos não há viagens directas, pelo que o passageiro é obrigado a fazer transbordo entre um comboio regional e um comboio de longo curso (Alfa ou Intercidades). Até agora a CP castigava os seus clientes obrigando-os a pagar o somatório das várias viagens como se, em cada transbordo, se iniciasse uma nova viagem. Isto penalizava quem tinha de apanhar mais do que um comboio, ao contrário das viagens que eram directas, tornando desinteressante o uso do transporte ferroviário.
A CP acordou para este problema e decidiu agora “lançar preços integrados nas deslocações envolvendo comboios longo curso com complemento de viagem em regional”, de acordo com fonte oficial da empresa. No novo tarifário a transportadora faz 65% de desconto no preço das viagens em comboios regionais que dão ligação aos Alfas ou Intercidades. Um desconto, porém, que é limitado a um máximo de 25% do valor final da viagem, mas que, ainda assim, permite agora viajar sobre carris a preços mais em conta.
Por exemplo, de Coimbra para a Régua paga-se agora 18,25 euros em vez dos 22,80 euros anterior. E de Lisboa para Portimão a viagem custa 21,25 euros em vez de 25,15 euros. De Viana do Castelo a Lisboa paga-se agora 26,80 euros (e não 31,40 euros) e de Santa Apolónia para o Pocinho a CP só cobra 29,95 euros em vez dos anteriores 37,45 euros.
A empresa assume que “prossegue a sua política de potenciar o efeito da rede do transporte ferroviário em Portugal” e diz que é “o único operador nacional de transporte de passageiros que reúne condições para proporcionar uma efectiva rede de serviços de viagem que se complementam ao longo do país”.
Trata-se de uma política que inverte a tendência das últimas décadas desde que, em 1998, durante o governo socialista de Guterres, o então presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, segmentou a CP em unidades de negócios que ficaram, como referiu, “a um passo da escritura”. Essas “mini CP” acabariam por nunca ser privatizadas, mas criou-se o hábito de trabalharem de costas voltadas, cada um com recursos próprios e com a gestão do seu negócio.
O resultado disso foi a perda de uma visão global da gestão da empresa e o fim do efeito de rede que é uma das principais vantagens do transporte ferroviário.
Curiosamente, é agora durante um governo PSD/CDS, com um presidente da CP, Manuel Queiró, próximo do CDS, que a empresa pública regressa ao caminho da integração. A transportadora já tinha juntado, em termos operacionais, o longo curso e o serviço regional e, há dois anos, criara tarifas mais baratas para viagens que implicassem apanhar o Alfa Pendular e o Intercidades.
O próximo passo para tirar partido do efeito da rede é a redução dos tempos de espera nos enlaces entre comboios. A empresa está a estudar melhores correspondências em Lisboa Oriente, Porto Campanhã, Coimbra, Tunes e Faro. O objectivo é que os clientes não tenham de esperar mais de meia hora para poder apanhar o comboio seguinte, reduzindo assim o tempo total das viagens.
A CP criou artificialmente “fronteiras” que não têm qualquer justificação técnica e que obrigam os passageiros a mudar de comboio. Uma é Aveiro, onde termina o serviço regional e os clientes têm de apanhar um suburbano para seguir para o Porto. O mesmo acontece em Nine (na linha do Minho) e em Caíde (na linha do Douro). Na Guarda os comboios da Beira Alta ficam-se por ali e já não seguem directos a Vilar Formoso. Nas Caldas da Rainha, a meio caminho entre Lisboa e Coimbra, a oferta da CP obriga a um transbordo que não se compreende. E Faro é fronteira entre o Sotavento e o Barlavento algarvio quando durante, mais de cem anos, os comboios iam directos de Vila Real de Santo António para Lagos. Setúbal e Barreiro ficaram sem comboios de longo curso e é preciso ir apanhá-los ao Pinhal Novo.
Estes transbordos desencorajam o uso do transporte ferroviário, mas a empresa, para já, só espera reduzir os tempos de espera em vez de os eliminar.
A CP acordou para este problema e decidiu agora “lançar preços integrados nas deslocações envolvendo comboios longo curso com complemento de viagem em regional”, de acordo com fonte oficial da empresa. No novo tarifário a transportadora faz 65% de desconto no preço das viagens em comboios regionais que dão ligação aos Alfas ou Intercidades. Um desconto, porém, que é limitado a um máximo de 25% do valor final da viagem, mas que, ainda assim, permite agora viajar sobre carris a preços mais em conta.
Por exemplo, de Coimbra para a Régua paga-se agora 18,25 euros em vez dos 22,80 euros anterior. E de Lisboa para Portimão a viagem custa 21,25 euros em vez de 25,15 euros. De Viana do Castelo a Lisboa paga-se agora 26,80 euros (e não 31,40 euros) e de Santa Apolónia para o Pocinho a CP só cobra 29,95 euros em vez dos anteriores 37,45 euros.
A empresa assume que “prossegue a sua política de potenciar o efeito da rede do transporte ferroviário em Portugal” e diz que é “o único operador nacional de transporte de passageiros que reúne condições para proporcionar uma efectiva rede de serviços de viagem que se complementam ao longo do país”.
Trata-se de uma política que inverte a tendência das últimas décadas desde que, em 1998, durante o governo socialista de Guterres, o então presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, segmentou a CP em unidades de negócios que ficaram, como referiu, “a um passo da escritura”. Essas “mini CP” acabariam por nunca ser privatizadas, mas criou-se o hábito de trabalharem de costas voltadas, cada um com recursos próprios e com a gestão do seu negócio.
O resultado disso foi a perda de uma visão global da gestão da empresa e o fim do efeito de rede que é uma das principais vantagens do transporte ferroviário.
Curiosamente, é agora durante um governo PSD/CDS, com um presidente da CP, Manuel Queiró, próximo do CDS, que a empresa pública regressa ao caminho da integração. A transportadora já tinha juntado, em termos operacionais, o longo curso e o serviço regional e, há dois anos, criara tarifas mais baratas para viagens que implicassem apanhar o Alfa Pendular e o Intercidades.
O próximo passo para tirar partido do efeito da rede é a redução dos tempos de espera nos enlaces entre comboios. A empresa está a estudar melhores correspondências em Lisboa Oriente, Porto Campanhã, Coimbra, Tunes e Faro. O objectivo é que os clientes não tenham de esperar mais de meia hora para poder apanhar o comboio seguinte, reduzindo assim o tempo total das viagens.
A CP criou artificialmente “fronteiras” que não têm qualquer justificação técnica e que obrigam os passageiros a mudar de comboio. Uma é Aveiro, onde termina o serviço regional e os clientes têm de apanhar um suburbano para seguir para o Porto. O mesmo acontece em Nine (na linha do Minho) e em Caíde (na linha do Douro). Na Guarda os comboios da Beira Alta ficam-se por ali e já não seguem directos a Vilar Formoso. Nas Caldas da Rainha, a meio caminho entre Lisboa e Coimbra, a oferta da CP obriga a um transbordo que não se compreende. E Faro é fronteira entre o Sotavento e o Barlavento algarvio quando durante, mais de cem anos, os comboios iam directos de Vila Real de Santo António para Lagos. Setúbal e Barreiro ficaram sem comboios de longo curso e é preciso ir apanhá-los ao Pinhal Novo.
Estes transbordos desencorajam o uso do transporte ferroviário, mas a empresa, para já, só espera reduzir os tempos de espera em vez de os eliminar.
in Público
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