Como forma de chamar a atenção das entidades competentes, para os efeitos negativos no desenvolvimento económico, que o encerramento do troço da Linha da Beira-Baixa entre Covilhã e Guarda acarretam no progresso da região, a Câmara Municipal da Covilhã promoveu hoje (11-05-2013) uma caminhada entre as duas cidades.
Recordo que o troço entre a Covilhã e a Guarda se encontra encerrado desde 2009, tendo entretanto sido investidos alguns milhões de euros, na modernização entre Belmonte e Maçainhas.
Para memória futura, transcrevo a seguir um artigo publicado no jornal "Notícias da Covilhã" em Março de 2013:
Troço inaugurado há 120 anos está fechado há quatro
2013-03-13
Desde Fevereiro de 2009 que os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã. Linha da Beira Baixa tem troços reconvertidos, mas que nunca foram utilizados
Quando em Fevereiro de 2009, a circulação de comboio, na Linha da Beira Baixa, foi interrompida por causa de uma intervenção anunciada que visavam colocar a via de padrões de modernidade ao nível do que melhor se faz na Europa, longe se estaria de pensar que, quatro anos depois a mesma continuasse encerrada e, pior que isso, ainda por modernizar.
De facto, apenas alguns troços foram reconvertidos, numa intervenção global que estava avaliada em 85 milhões de euros, mas que a crise travou a fundo. Existem, porém, locais onde foram investidos alguns milhares que, para já, não servem para nada. É o caso do troço entre Caria e Belmonte, onde se estima tenham sido gastos 7 milhões e meio de euros, onde se vêem carris novos assentes em travessas polivalentes (que permitiriam, no futuro, converter a linha para bitola europeia). A própria estação de Belmonte foi reconvertida, mas para já, tudo continua ao abandono e as infraestruturas modernas na linha são invadidas pelas ervas e mato. Um desperdício, considera o autarca belmontense, Amândio Melo. “Já o disse várias vezes: a Linha da Beira Baixa deveria ser concluída. Não faz sentido nenhum andarmos a pensar em TGV quando nem sequer arrumámos a nossa casa” afirma o presidente da Câmara de Belmonte, que diz que com estas medidas “o Interior é cada vez mais abandonado”.
Sobre o seu concelho, considera ridículo que não se concluam as ligações quer à Guarda, quer à Covilhã. “Falta tão pouco… mas o pouco que falta põe em causa toda a estratégia” afirma o autarca, que lembra que nas relações com a Europa, este é um troço determinante já que faz a ligação à Linha da Beira Alta e consequentemente a Espanha. Em tempos, o autarca chegou mesmo a sugerir que a linha fosse aproveitada para fins turísticos.
Caminhada de protesto em Abril na Covilhã
Na Covilhã, o mesmo sentimento. Aliás, na última Assembleia Municipal os deputados do PSD anunciaram mesmo a realização de um protesto em defesa da reabertura do troço entre Covilhã e Guarda, para dia 13 de Abril. Trata-se de uma caminhada a pé pela linha férrea para fazer duas exigências ao Governo: “Que cumpra a promessa de realizar as obras de modernização naquele troço e o reabra à circulação ferroviária o mais rapidamente possível” explica o deputado “laranja” Jorge Saraiva.
Segundo Jorge Saraiva, a reabertura do troço poderia ser fundamental para reduzir os custos dos cidadãos e das empresas depois da aplicação de portagens na A23.
Para já, ninguém sabe quando é que os trabalhos voltam a avançar na Linha. A Refer não aponta prazos, embora dia que nunca antes de 2014. O Governo também não. Entre Guarda e Covilhã, no passado, chegou a haver automotora, após a supressão de comboios. Quando a linha encerrou, a CP utilizou autocarros como transporte alternativo, mas esse serviço também acabou por ser suprimido devido “à baixa procura.”
Assinala-se no próximo dia 11 de Abril os 120 anos da abertura do troço entre Covilhã e Guarda da Linha da Beira Baixa, concluída a 11 de Abril de 1893 e inaugurado em Maio desse mesmo ano. Um troço fechado há já quatro anos, desde Fevereiro de 2009.
JA
2013-03-13
Desde Fevereiro de 2009 que os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã. Linha da Beira Baixa tem troços reconvertidos, mas que nunca foram utilizados
Quando em Fevereiro de 2009, a circulação de comboio, na Linha da Beira Baixa, foi interrompida por causa de uma intervenção anunciada que visavam colocar a via de padrões de modernidade ao nível do que melhor se faz na Europa, longe se estaria de pensar que, quatro anos depois a mesma continuasse encerrada e, pior que isso, ainda por modernizar.
De facto, apenas alguns troços foram reconvertidos, numa intervenção global que estava avaliada em 85 milhões de euros, mas que a crise travou a fundo. Existem, porém, locais onde foram investidos alguns milhares que, para já, não servem para nada. É o caso do troço entre Caria e Belmonte, onde se estima tenham sido gastos 7 milhões e meio de euros, onde se vêem carris novos assentes em travessas polivalentes (que permitiriam, no futuro, converter a linha para bitola europeia). A própria estação de Belmonte foi reconvertida, mas para já, tudo continua ao abandono e as infraestruturas modernas na linha são invadidas pelas ervas e mato. Um desperdício, considera o autarca belmontense, Amândio Melo. “Já o disse várias vezes: a Linha da Beira Baixa deveria ser concluída. Não faz sentido nenhum andarmos a pensar em TGV quando nem sequer arrumámos a nossa casa” afirma o presidente da Câmara de Belmonte, que diz que com estas medidas “o Interior é cada vez mais abandonado”.
Sobre o seu concelho, considera ridículo que não se concluam as ligações quer à Guarda, quer à Covilhã. “Falta tão pouco… mas o pouco que falta põe em causa toda a estratégia” afirma o autarca, que lembra que nas relações com a Europa, este é um troço determinante já que faz a ligação à Linha da Beira Alta e consequentemente a Espanha. Em tempos, o autarca chegou mesmo a sugerir que a linha fosse aproveitada para fins turísticos.
Caminhada de protesto em Abril na Covilhã
Na Covilhã, o mesmo sentimento. Aliás, na última Assembleia Municipal os deputados do PSD anunciaram mesmo a realização de um protesto em defesa da reabertura do troço entre Covilhã e Guarda, para dia 13 de Abril. Trata-se de uma caminhada a pé pela linha férrea para fazer duas exigências ao Governo: “Que cumpra a promessa de realizar as obras de modernização naquele troço e o reabra à circulação ferroviária o mais rapidamente possível” explica o deputado “laranja” Jorge Saraiva.
Segundo Jorge Saraiva, a reabertura do troço poderia ser fundamental para reduzir os custos dos cidadãos e das empresas depois da aplicação de portagens na A23.
Para já, ninguém sabe quando é que os trabalhos voltam a avançar na Linha. A Refer não aponta prazos, embora dia que nunca antes de 2014. O Governo também não. Entre Guarda e Covilhã, no passado, chegou a haver automotora, após a supressão de comboios. Quando a linha encerrou, a CP utilizou autocarros como transporte alternativo, mas esse serviço também acabou por ser suprimido devido “à baixa procura.”
Assinala-se no próximo dia 11 de Abril os 120 anos da abertura do troço entre Covilhã e Guarda da Linha da Beira Baixa, concluída a 11 de Abril de 1893 e inaugurado em Maio desse mesmo ano. Um troço fechado há já quatro anos, desde Fevereiro de 2009.
JA
Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.
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