quarta-feira, 29 de maio de 2013

Linha do Vouga - descarrilamento de automotora da série 9500

autor: Tomas Paulo (Aveiro)

Até parece que eu adivinhava ....


"Uma automotora LRV (Light Rail Vehicle) descarrilou nesta terça-feira à noite em Figueiredo, perto de Oliveira de Azeméis, quando realizava ensaios de linha.

Não houve vítimas, mas a composição, composta por uma única unidade, descarrilou totalmente, ficando com ambos os bogies (conjunto de rodados) fora da linha. A automotora em causa pertence a um tipo de veículos já envolvido noutros acidentes, cuja segurança foi posta em causa por peritos estrangeiros.

O acidente deu-se um pouco antes das 22h, tendo sido enviada para o local uma brigada de ferroviários que carrilou a composição durante a noite. Na madrugada desta quarta-feira, a automotora voltou a circular pelos seus próprios meios.

Este descarrilamento representa um revés nas intenções da CP em pôr a circular na Linha do Vouga este tipo de composições, que têm já um historial de acidentes na Linha do Tua.

Um relatório de técnicos suíços, especialistas em material circulante de linhas de via estreita, refere que os LRV são muito leves e têm o peso mal distribuído, o que, em determinadas circunstâncias, pode provocar descarrilamento. Esse relatório foi elaborado na sequência dos acidentes no Tua, num dos quais morreu uma pessoa, e que contribuiu para o encerramento definitivo daquela linha.

Em Abril a CP iniciou testes com este material na Linha do Vouga, “em colaboração estreita com a Refer e sob coordenação do Instituto Superior Técnico, com o objectivo de poder analisar e chegar a conclusões sobre o funcionamento e comportamento deste material”, referiu então fonte oficial da transportadora pública.

A empresa, numa lógica de redução de custos, pretende afectar os LRV à Linha do Vouga para substituir as automotoras actuais que circulam nesta linha, que são mais pesadas, consomem mais e têm maiores custos de manutenção.
"

Recordo que estas automotoras tiveram diversos incidentes na Linha do Tua, o que levou ao seu encerramento entre Tua e Cachão.

Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Comboio directo entre Porto e Vigo

Extracto de uma notícia publicada no Jornal de Notícias .... será que 50 passageiros justificam a utilização de um comboio? Qual é o custo/km/passageiro?



"A novidade foi anunciada, esta segunda-feira, na XXVI Cimeira Luso-Espanhola, em Madrid, onde os governos dos dois países se congratularam com a introdução de um comboio direto diário entre Porto e Vigo nos dois sentidos e de um bilhete único nessa ligação ferroviária, a partir deste verão.

"[Portugal e Espanha] felicitam-se pelas melhorias acordadas no setor do transporte ferroviário de passageiros [...] e manifestam o compromisso de ambos em agilizar os recursos disponíveis que permitam finalizar a eletrificação de todo o trajeto até 2016", refere a declaração final da cimeira.

Segundo declarou ao JN o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, os últimos detalhes estarão ainda a ser acertados entre a CP e a Renfe, mas já é certo que o serviço direto começará a ser efetuado dia 1 de julho, mantendo-se, pelo menos, uma das atuais ligações com paragens ao longo do percurso.

Garantiu que, de acordo com estudos efetuados, a Linha do Minho se encontra "preparada" para o comboio que se pretende implementar e que as decrépitas composições que nela circulam serão modernas e confortáveis. O objetivo é que a conexão Porto-Vigo evolua até 2016 para um Intercidades, que ligue as duas cidades em cerca de hora e meia.

"Norte à frente"
"A Região Norte e a Galiza estão à frente na integração económica entre as grandes regiões Ibéricas e por isso temos de dar prioridade total a essa integração e cooperação", justificou Santos Pereira, sublinhando que o novo comboio direto pretende "reforçar o papel do aeroporto Sá Carneiro na Região Nordeste da Península Ibérica"."

sábado, 11 de maio de 2013

Caminhada pela Linha Ferroviária Covilhã-Guarda



Como forma de chamar a atenção das entidades competentes, para os efeitos negativos no desenvolvimento económico, que o encerramento do troço da Linha da Beira-Baixa entre Covilhã e Guarda acarretam no progresso da região, a Câmara Municipal da Covilhã promoveu hoje (11-05-2013) uma caminhada entre as duas cidades.

fonte: CMC @ facebook


Recordo que o troço entre a Covilhã e a Guarda se encontra encerrado desde 2009, tendo entretanto sido investidos alguns milhões de euros, na modernização entre Belmonte e Maçainhas.

Para memória futura, transcrevo a seguir um artigo publicado no jornal "Notícias da Covilhã" em Março de 2013:


Troço inaugurado há 120 anos está fechado há quatro
2013-03-13


Desde Fevereiro de 2009 que os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã. Linha da Beira Baixa tem troços reconvertidos, mas que nunca foram utilizados

Quando em Fevereiro de 2009, a circulação de comboio, na Linha da Beira Baixa, foi interrompida por causa de uma intervenção anunciada que visavam colocar a via de padrões de modernidade ao nível do que melhor se faz na Europa, longe se estaria de pensar que, quatro anos depois a mesma continuasse encerrada e, pior que isso, ainda por modernizar.

De facto, apenas alguns troços foram reconvertidos, numa intervenção global que estava avaliada em 85 milhões de euros, mas que a crise travou a fundo. Existem, porém, locais onde foram investidos alguns milhares que, para já, não servem para nada. É o caso do troço entre Caria e Belmonte, onde se estima tenham sido gastos 7 milhões e meio de euros, onde se vêem carris novos assentes em travessas polivalentes (que permitiriam, no futuro, converter a linha para bitola europeia). A própria estação de Belmonte foi reconvertida, mas para já, tudo continua ao abandono e as infraestruturas modernas na linha são invadidas pelas ervas e mato. Um desperdício, considera o autarca belmontense, Amândio Melo. “Já o disse várias vezes: a Linha da Beira Baixa deveria ser concluída. Não faz sentido nenhum andarmos a pensar em TGV quando nem sequer arrumámos a nossa casa” afirma o presidente da Câmara de Belmonte, que diz que com estas medidas “o Interior é cada vez mais abandonado”.

Sobre o seu concelho, considera ridículo que não se concluam as ligações quer à Guarda, quer à Covilhã. “Falta tão pouco… mas o pouco que falta põe em causa toda a estratégia” afirma o autarca, que lembra que nas relações com a Europa, este é um troço determinante já que faz a ligação à Linha da Beira Alta e consequentemente a Espanha. Em tempos, o autarca chegou mesmo a sugerir que a linha fosse aproveitada para fins turísticos.

Caminhada de protesto em Abril na Covilhã

Na Covilhã, o mesmo sentimento. Aliás, na última Assembleia Municipal os deputados do PSD anunciaram mesmo a realização de um protesto em defesa da reabertura do troço entre Covilhã e Guarda, para dia 13 de Abril. Trata-se de uma caminhada a pé pela linha férrea para fazer duas exigências ao Governo: “Que cumpra a promessa de realizar as obras de modernização naquele troço e o reabra à circulação ferroviária o mais rapidamente possível” explica o deputado “laranja” Jorge Saraiva.
Segundo Jorge Saraiva, a reabertura do troço poderia ser fundamental para reduzir os custos dos cidadãos e das empresas depois da aplicação de portagens na A23.
Para já, ninguém sabe quando é que os trabalhos voltam a avançar na Linha. A Refer não aponta prazos, embora dia que nunca antes de 2014. O Governo também não. Entre Guarda e Covilhã, no passado, chegou a haver automotora, após a supressão de comboios. Quando a linha encerrou, a CP utilizou autocarros como transporte alternativo, mas esse serviço também acabou por ser suprimido devido “à baixa procura.”
Assinala-se no próximo dia 11 de Abril os 120 anos da abertura do troço entre Covilhã e Guarda da Linha da Beira Baixa, concluída a 11 de Abril de 1893 e inaugurado em Maio desse mesmo ano. Um troço fechado há já quatro anos, desde Fevereiro de 2009.

JA



Actualização: reportagem RTP (!) - TVI -

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sábado, 4 de maio de 2013

Ramal da Lousã I

Se alguém souber o seu paradeiro (do Ramal da Lousã), faça o favor de nos informar ....


"O Ramal da Lousã, igualmente conhecido como Linha de Arganil, foi um troço ferroviário de bitola ibérica, que apresentava uma extensão de 36,9 quilómetros e ligava Coimbra a Serpins, passando por Ceira, Miranda do Corvo, e Lousã." (frase escrita no pretérito perfeito porque este troço ferroviário foi encerrado em 04 de Janeiro de 2010).


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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Famalicão-Amadora - circulação especial da CP

Realizou-se hoje (02-Maio-2013) uma circulação especial da CP Longo Curso entre as estações de Famalicão e de Benfica. A composição traccionada pela locomotiva eléctrica Siemens 5610 foi motivo de "peregrinação" por parte de entusiastas e demais retratistas, às estações de Benfica e Amadora (onde inverteu para ir resguardar a Lisboa Santa Apolónia).

Consta que este comboio foi alugado por adeptos do Sport Lisboa e Benfica, com o objectivo de os transportar ao jogo entre esta equipa e o Fenerbahçe, a contar para a Liga Europa.

Francisco Marques @ facebook

Francisco Marques @ facebook

O aluguer de comboios para transporte de adeptos de clubes de futebol não é um facto inédito, mas é um caso raro. Sendo assim, louva-se esta iniciativa da Casa do Benfica de Famalicão.

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